Viktor Orban enfrenta pressões para cortar laços com Putin
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, está sob maior pressão para cortar laços com o regime de Moscovo, com os seus críticos internos e na UE a acompanharem a evolução do seu discurso desde que a Rússia invadiu a Ucrânia.
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Mundo Ucrânia
O ultranacionalista Viktor Orban tem há mais de uma década relações económicas e políticas estreitas com a Rússia e durante semanas evitou condenar a concentração de tropas russas junto à fronteira da Ucrânia ou falar da aplicação de sanções.
Porém, escreve a agência Associated Press (AP), quando a invasão foi iniciada, na quinta-feira da semana passada, Orban apontou pela primeira vez a Moscovo a responsabilidade pelas tensões e violência, no que pode ser um ponto de viragem na sua abordagem pró-Rússia em mais de uma década.
"A Rússia atacou a Ucrânia esta manha com forças militares", disse Orban, horas aos o início da ofensiva miliar, adiantando que "juntamente com os nossos aliados da União Europeia e da Nato, condenamos a ação militar da Rússia".
Palavras que foram vistas como uma aparente reviravolta, esperada pelos seus críticos internos e na União Europeia e que o analista para a Europa Central do Fundo German Marshall Daniel Hegedus entende que pode indicar que há a perceção de que a postura de Orban face à Rússia não assenta em "fundamentos estáveis".
Falando a jornalistas no sábado na fronteira da Hungria com a Ucrânia, Orban disse que seu país apoiará todas as sanções propostas da UE contra Moscou e reconheceu que a invasão da Rússia provavelmente causará mudanças em seu relacionamento com Putin.
"É claro que temos que ajustar tudo", disse Orban.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
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