O presidente do Conselho Económico e Social (CES) português, Francisco Assis, participou numa reunião de congéneres europeus por meios telemáticos que teve como objetivo analisar a forma como a União Europeia está a enfrentar a entrada de refugiados da Ucrânia, que consideraram notável.
"Esta reunião foi marcada com alguma urgência pelo presidente francês, foi muito participada e tivemos oportunidade de ouvir os congéneres da Hungria, Roménia e Polónia, que estão na linha da frente. O objetivo era tentar perceber como estão a reagir as populações e como está a ser feita a articulação com os restantes países da UE", disse Francisco Assis no final do encontro.
De acordo com Francisco Assis, confirmaram que existe "uma onda de solidariedade enorme por parte da sociedade civil" e que estão a ser desenvolvidas "variadas respostas".
Francisco Assis disse que aproveitou a oportunidade para lembrar que há 4 ou 5 anos alguns países tiveram um comportamento muito diferente para com os refugiados sírios.
O presidente do CES lembrou, a propósito, a grande comunidade ucraniana que existe em Portugal, que está "perfeitamente integrada", o que facilita a vinda de refugiados.
"Muitos refugiados podem vir para Portugal e serão bem recebidos certamente", disse, acrescentando que sente "uma vontade enorme da sociedade portuguesa para acolher refugiados".
Os presidentes dos Conselhos Económicos e Sociais da UE deverão ter nova reunião daqui a 15 dias para falarem das experiências de cada país relativamente ao acolhimento de refugiados ucranianos.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
O número de refugiados da Ucrânia para países vizinhos atingiu na quarta-feira as 836.000 pessoas, de acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados.
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