"Disse isto no início da operação e disse-o antes de esta decisão ter sido tomada. Uma decisão difícil, sem qualquer dúvida", disse Putin, numa reunião com membros femininos da tripulação de voo das companhias aéreas russas, transmitida pela televisão estatal.
No entanto, Putin garantiu que as forças russas praticamente eliminaram a infraestrutura militar da Ucrânia nos 10 dias de intervenção armada naquele país.
"A primeira coisa que eles [os militares russos] fizeram foi destruir toda a infraestrutura militar. Bem, não tudo, mas parcialmente, principalmente armazéns com armas, munições, aviação, sistemas de defesa antiaérea. Destruir os sistemas de defesa aérea leva um certo tempo: é preciso encontrá-los e depois atacá-los. Mas este trabalho está praticamente concluído", descreveu o Presidente russo.
Putin também destacou que as propostas da Rússia para uma solução para este conflito com a Ucrânia estão na mesa de negociações e disse esperar que obtenham respostas positivas.
"As nossas propostas estão na mesa com o grupo de negociadores de Kiev. Espero que respondam positivamente [ao que exigimos]", afirmou.
O Presidente observou que as sanções impostas contra a Rússia "são como uma declaração de guerra".
Na sua intervenção, referiu-se ao pedido do Presidente ucraniano, Volodímir Zelenski, à NATO (aliança militar do Atlântico Norte) para declarar a proibição de voar sobre o seu país, o que foi negado. Para o chefe de Estado russo, essa proibição seria também uma declaração de guerra.
"Um dos nossos principais requisitos é a desmilitarização, ou seja, ajudarmos os cidadãos e residentes de Donbass que querem que a Ucrânia tenha um estatuto de neutralidade", acrescentou.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a Organização das Nações Unidas, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
[Notícia atualizada às 15h39]
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