"Foi feito um progresso significativo nas negociações com os Estados Unidos sobre a troca de prisioneiros", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, Said Khatibzade, durante uma conferência de imprensa.
O porta-voz afirmou que a libertação de prisioneiros iranianos em solo norte-americano é "uma das prioridades" do seu país.
As conversas sobre uma troca de prisioneiros decorrem quando estão em andamento as negociações entre Irão e Alemanha, França, Grã-Bretanha, Rússia, China e Estados Unidos indiretamente, para restaurar o Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA) de 2015.
Este pacto de 2015, concluído entre o Irão e as potências ocidentais, assim como a China e a Rússia, permitia o levantamento de sanções económicas internacionais contra Teerão em troca de rigorosos limites ao seu programa nuclear, com vista a impedir o país de se dotar da bomba atómica.
Os Estados Unidos deixaram o pacto nuclear de 2015 durante a Administração do Presidente norte-americano Donald Trump, em 2018.
Um ano depois da decisão da administração Trump, Teerão começou a desrespeitar os limites impostos ao seu programa nuclear e chegou a enriquecer urânio a níveis próximos do necessário para criar uma arma nuclear.
As negociações para tentar recuperar aquele pacto foram retomadas após a Administração norte-americana do democrata Joe Biden levantar algumas das sanções impostas pelos Estados Unidos contra o Irão pela anterior administração.
O enviado especial dos Estados Unidos para o Irão, Robert Malley, disse em janeiro que é improvável que um acordo nuclear seja finalizado sem a libertação de vários iranianos-norte-americanos detidos em prisões iranianas.
Quando o pacto de 2015 foi assinado, o Irão libertou cinco norte-americanos e os Estados Unidos sete iranianos como parte do acordo.
Agora, pelo menos quatro cidadãos com dupla nacionalidade iraniana-norte-americana estão presos no Irão devido a várias acusações de espionagem ou conspiração contra a segurança nacional, nomeadamente Mohammad Baquer Namazi, o seu filho Siamak Namazi, Emad Shargi e Morad Tahbaz.
Além destes, pelo menos três cidadãos anglo-iranianos estão presos por acusações relacionadas com a segurança nacional, nomeadamente Anoosheh Ashoori, Mehran Raoof e Nazanin Zaghari-Ratcliffe, e três outros com dupla nacionalidade de outros países europeus.
A República Islâmica do Irão foi acusada de utilizar esses presos no seu país para fazer pressão pela troca de prisioneiros com outras nações.
Leia Também: Nova ronda de negociações na Bielorrússia marcada para esta tarde