"A Nigéria rejeita a utilização de mercenários em qualquer parte do mundo e não tolerará o recrutamento na Nigéria de nigerianos para combater na Ucrânia, ou em qualquer outro lugar", disse o governo através de uma declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros publicada hoje no Twitter.
A declaração surgiu após a publicação de informações nos órgãos de comunicação social locais, dando conta de que nos últimos dias centenas de nigerianos se tinham voluntariado na embaixada ucraniana no país.
"A embaixada ucraniana refutou as alegações, mas confirmou que vários nigerianos se tinham aproximado da embaixada mostrando a sua vontade de lutar ao lado da Ucrânia, no conflito em curso com a Rússia", disse o ministério nigeriano.
A embaixada disse também que "o governo ucraniano não está a admitir combatentes estrangeiros voluntários" e negou ter pedido uma soma de cerca de 925 euros por pessoa para cobrir custos de viagem e vistos, como alguns meios de comunicação social tinham noticiado.
Na passada quinta-feira, o Senegal pediu à embaixada ucraniana em Dakar que retirasse "imediatamente" uma publicação nas redes sociais a apelar aos cidadãos estrangeiros para lutarem na guerra.
Tal como as autoridades nigerianas, o Ministério dos Negócios Estrangeiros senegalês afirmou, numa declaração, que "o recrutamento de voluntários, mercenários ou combatentes estrangeiros em território senegalês é ilegal".
A 27 de fevereiro, o Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, apelou aos cidadãos de países estrangeiros amigos da Ucrânia para se juntarem à luta contra a agressão russa, como parte de uma espécie de nova legião internacional.
De acordo com as regras do serviço militar nas forças armadas do país, os cidadãos estrangeiros podem juntar-se voluntariamente a unidades, como as forças de defesa territorial.
Numa mensagem de vídeo, Zelensky disse que os cidadãos que queiram ser voluntários para contactar o conselheiro de Defesa na embaixada ucraniana nos seus respetivos países.
Segundo a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, milhares de pessoas já apresentaram pedidos para lutar contra a Rússia.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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