"Civis em zonas como Mariupol, Kharkiv, Melitopol e outros locais precisam desesperadamente de ajuda, especialmente suplementos médicos que salvam vidas", adiantou Martin Griffiths, discursando numa reunião do conselho de emergência dedicada à crise.
O representante da ONU indicou que são possíveis "muitas modalidades" e que isso "deve ser feito em conformidade com as obrigações das partes sob as leis da guerra".
"As partes devem garantir em todos os momentos poupar civis, casas civis e infraestrutura nas suas operações militares", anotou.
Para Martin Griffiths, isso incluiu "permitir a passagem segura de civis que deixam áreas de hostilidades ativas de forma voluntária, naquilo que são as suas escolhas", sabendo que os corredores humanitários planeados por Moscovo atraem os refugiados para a Rússia ou Bielorrússia.
Até ao momento, a ONU não se tem envolvido nos "corredores humanitários" negociados entre a Rússia e a Ucrânia, para que os civis possam fugir do conflito em segurança, de acordo com o seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
A ONU também alertou para a "necessidade urgente de um sistema de comunicação constante com as partes em conflito e de garantias para permitir a entrega de ajuda humanitária", observou Martin Griffiths.
"Um sistema de notificação humanitária vai permitir que ajuda seja entregue na escala necessária", acrescentou.
Durante os discursos, a embaixadora dos Estados Unidos Linda Thomas-Greenfield denunciou com veemência o facto de haver "crianças a morrer" no conflito.
"Também as crianças pequenas ficaram gravemente traumatizadas pela violência e destruição que testemunharam ao ponto de terem parado de falar. As feridas físicas e psicológicas desta guerra vão ser duradouras", previu a diplomata, julgando ser "claro que Putin [Presidente da Rússia] tem um plano para brutalizar a Ucrânia".
Para desenvolver a ação, a ONU enviou uma pequena missão a Moscovo que teve uma "primeira entrevista técnica" no Ministério da Defesa russo.
O objetivo é "trabalhar numa melhor coordenação humanitária civil-militar que nos permita intensificar" as operações, disse Martin Griffiths.
Segundo um alto funcionário das Nações Unidas, falando sob condição de anonimato, trata-se também de evitar quaisquer "erros" e que os comboios humanitários não sejam alvos de ataques russos.
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