Rússia denuncia "guerra económica" declarada pelos Estados Unidos

A Presidência russa (Kremlin) acusou hoje os Estados Unidos da América (EUA) de terem declarado uma "guerra económica" contra Moscovo, após Washington ter anunciado um embargo às importações de petróleo e gás da Rússia.

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Lusa
09/03/2022 13:15 ‧ 09/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

A medida foi anunciada pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, na terça-feira, no âmbito das sanções decretadas pelos EUA contra a Rússia por ter invadido a Ucrânia em 24 de fevereiro.

"Os Estados Unidos declararam guerra económica à Rússia e estão a travar esta guerra", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP.

O Reino Unido anunciou também uma proibição das importações de petróleo e gás da Rússia, mas a União Europeia (UE) tem-se mostrado mais relutante em atingir um setor do qual é altamente dependente.

No seu encontro diário com a imprensa, Peskov também denunciou a proposta da Polónia de transferir aviões de caça russos MiG-29 para uma base dos EUA na Alemanha para serem depois enviados para a Ucrânia.

"Este é um cenário muito indesejável e potencialmente perigoso", disse Peskov.

A Polónia, a Bulgária e a Eslováquia são os três únicos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) que têm aviões russos MIG.

A proposta polaca já foi recusada pelos EUA e um porta-voz do Pentágono admitiu que os termos da oferta de Varsóvia podem causar "sérias preocupações" no quadro da NATO.

A Aliança recusou qualquer intervenção na Ucrânia, incluindo a imposição de uma zona de exclusão aérea, por não se tratar de um país da NATO, apesar dos constantes apelos nesse sentido do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, vai deslocar-se hoje à Polónia, onde vai discutir a forma de "assistência militar" à Ucrânia.

A viagem estava marcada antes de ser conhecida a proposta polaca, segundo Washington.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, e ucraniano, Dmytro Kuleba, vão reunir-se na quinta-feira, na Turquia, para tentar encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia.

A invasão da Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

Muitos grupos e empresas ocidentais têm anunciado a saída da Rússia ou a suspensão das suas atividades no país.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 14.º dia, provocou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares, segundo várias fontes.

Os combates levaram também mais de dois milhões de pessoas a fugir da Ucrânia, maioritariamente mulheres e crianças.

A ONU considera que se trata da crise de refugiados de crescimento mais rápido na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: Russos detiveram 400 manifestantes na cidade tomada de Kherson

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