"A guerra na Ucrânia chega numa altura delicada para África; quando a economia global e o continente começavam a recuperar dos efeitos devastadores da pandemia de Covid-19, esta nova crise ameaça desfazer algum desse progresso", disse a líder do FMI num comunicado divulgado no final de uma reunião com os ministros das Finanças africanos.
A reunião especificamente foi especificamente convocada para debater o impacto do conflito no leste da Europa, e contou também com a presença de representantes da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA).
"África está particularmente vulnerável aos impactos da guerra na Ucrânia através de quatro canais principais: aumento dos preços dos alimentos, preços mais altos dos combustíveis, perda de receitas do turismo, e potencialmente, mais dificuldades para aceder aos mercados de capitais internacionais", disse Kristalina Georgieva.
No comunicado, a líder do FMI disse ter reconhecido que há "preocupações significativas sobre o limitado espaço de manobra política para lidar com as crises em curso" e por isso afirmou: "Uma recalibração das políticas parece inevitável em muitos países".
O FMI está disponível, apontou Georgieva, com aconselhamento sobre as políticas, desenvolvimento da capacitação e empréstimos, mas "as recentes reformas nas ferramentas de empréstimos do Fundo garantem mais flexibilidade para ajudar a resolver as necessidades dos países africanos", concluiu.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil. Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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