"Não podemos tolerar esta situação, nem deveria ter acontecido", afirmou o primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, ao visitar o local do embate do 'drone', noticia a agência Associated Press.
O aparelho não tripulado atravessou a Roménia e a Hungria antes de entrar na Croácia no final de quinta-feira, acabando por se despenhar num campo perto de um dormitório para estudantes. O impacto danificou cerca de 40 carros, mas não provocou feridos.
A NATO afirmou que tinha rastreado o trajeto, mas o primeiro-ministro disse que as autoridades do país não tinham sido informadas e que a aliança apenas reagiu depois de questões colocadas pelos jornalistas.
"Esta foi uma ameaça pura e dura e, tanto a NATO como a União Europeia, deveriam ter reagido", sublinhou Plenkovic.
O chefe do Governo croata assinalou que se trata de um avião de reconhecimento Tu-141, da era soviética, e que voou mais de 40 minutos sobre a Hungria e seis a sete minutos sobre a Croácia.
O primeiro-ministro referiu que apenas uma investigação poderá determinar quem lançou o 'drone' -- se russos ou ucranianos --, sendo que os dois países negam ter lançado o equipamento.
Especialistas militares citados pela AP referem que a Ucrânia é o único operador conhecido, atualmente, de Tu-141, um aparelho que tem uma envergadura de quase quatro metros e que pesa cerca de seis toneladas.
A Croácia, país membro da NATO desde 2009, encontra-se a cerca de 550 quilómetros (em linha reta) do território ucraniano, alvo de uma ofensiva militar russa desde 24 de fevereiro.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 549 mortos e mais de 950 feridos entre a população civil e provocou a fuga de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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