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Poupança pessoal de energia não substitui a ação política, diz Alemanha

O ministro alemão da Economia e Energia, Robert Habeck, afirmou hoje que os esforços dos cidadãos para poupar energia contribuem para reduzir a dependência da Rússia, mas não podem substituir a necessidade de ação política.

Poupança pessoal de energia não substitui a ação política, diz Alemanha
Notícias ao Minuto

13:50 - 12/03/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

O governante, numa entrevista ao diário Frankfurter Allgemeine Zeitung, admitiu que, face ao aumento dos preços, muitos cidadãos estão a projetar a partilha de veículos automóveis ou isolar melhor as habitações, que considerou "pequenas contribuições" e um sinal de que "algo está a mudar".

No entanto, o ministro do partido ambientalista explicou que a tarefa do Governo é "tornar possíveis coisas que até agora pareciam impossíveis" e pisar no acelerador para reduzir ao máximo a dependência energética da Rússia no contexto da guerra na Ucrânia.

Robert Habeck adiantou que, se os esforços do Governo derem frutos, no outono a Alemanha ficará independente do carvão russo e até ao final do ano praticamente não precisará de importar petróleo daquele país, embora no que respeita ao gás a situação seja "mais complicada" devido à falta de instalações de armazenamento de gás natural liquefeito (GNL).

Por essa razão, o ministro está a tentar acelerar o processo de construção do primeiro terminal de GNL na Alemanha, que, conforme foi confirmado esta semana, vai ficar localizado na cidade de Brunsbüttel, no norte da Alemanha.

Além disso, o ministro alemão anunciou para breve uma ronda pelos países produtores de GNL e hidrogénio, como Qatar e Noruega, para "ampliar as possibilidades de importação" de gás "no curto prazo" e posteriormente de hidrogénio.

Robert Habeck reafirmou não ser viável para a Alemanha neste momento parar de importar energia da Rússia, uma questão que tem implicações muito mais profundas do que "abrir mão de um pouco de conforto individual".

"No caso de um embargo imediato, estamos a falar de problemas de abastecimento no próximo inverno, uma economia em colapso e inflação alta, centenas de milhares de pessoas a perder os seus empregos e pessoas que não podem fazer o trajeto para o trabalho", alertou.

Além disso, o ministro explicou que os aumentos de preços registados até ao momento não refletem ainda as restrições de oferta, mas apenas as reações dos mercados aos "anúncios e receios".

Robert Habeck reiterou, mais uma vez, que não é opção adiar o encerramento das três centrais nucleares ativas na Alemanha, prevista para o final do ano, já que manter as centrais em funcionamento é complicado do ponto de vista técnico.

Leia Também: G7 anuncia hoje sanções conjuntas à Rússia

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