Ucrânia. Polónia propõe fundo de ajuda criado com bens russos confiscados

O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, propôs hoje em Varsóvia que os bens do Estado e dos oligarcas russos congelados no Ocidente sejam definitivamente confiscados e destinados a um fundo para a reconstrução da Ucrânia.

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Lusa
14/03/2022 18:16 ‧ 14/03/2022 por Lusa

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Ucrânia

"O cruel agressor que atacou um país deve pagar o preço mais elevado que possamos impor-lhe em democracia e no âmbito da coexistência pacífica das nações", defendeu Morawiecki, após uma reunião com a primeira-ministra lituana, Ingrida Simonyte, e o chefe do Governo ucraniano, Denys Chmygal.

Assim, instou a comunidade internacional a dar aos ucranianos "uma esperança de reconstrução, a esperança num futuro" que deve assentar "num grande fundo formado pelos ativos russos" apreendidos.

"Congelem os ativos do Estado russo completamente, confisquem-nos. Congelem os ativos dos oligarcas russos, grandes e pequenos, empresários e políticos. Que eles sirvam o povo, as vítimas desarmadas do regime de Putin. Que sirvam para a reconstrução do Estado que está a defender heroicamente a sua independência e a sua soberania", sustentou Morawiecki.

Por seu lado, Simonyte e Chmygal pronunciaram-se a favor do reforço das sanções à Rússia.

Chmygal, que classificou a Rússia como um "Estado terrorista", repetiu o apelo ucraniano para a criação de uma zona de exclusão aérea sobre o seu país, para "salvar os milhares de vidas de ucranianos que serão mortos por bombardeamentos aéreos" russos.

Este pedido já foi rejeitado pelos países ocidentais, que consideram que tal medida poderia ser considerada um ato de guerra por Moscovo.

O primeiro-ministro ucraniano agradeceu aos seus homólogos o apoio à aspiração do seu país de aderir à União Europeia.

"Os ucranianos querem ter a perspetiva de adesão do seu país à UE", declarou.

Estimando que "o impacto total das sanções só se fará sentir ao fim de algum tempo", a primeira-ministra lituana defendeu que tais medidas deveriam visar também a Bielorrússia, porque o país "emprestou o seu território para esta desprezível invasão da Ucrânia".

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de 4,8 milhões de pessoas, 2,8 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram à Rússia sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 19.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos e feridos, que poderá ser da ordem dos milhares.

Embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a ONU confirmou hoje pelo menos 636 mortos e 1.125 feridos entre a população civil, incluindo mais de uma centena de crianças.

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