Ucrânia. China diz que a sua posição sobre o conflito é "imparcial"

A China disse hoje que a sua posição sobre o conflito na Ucrânia é "completamente objetiva, imparcial e construtiva" e acusou os Estados Unidos de espalharem "desinformação" sobre a possibilidade de Pequim prestar apoio militar a Moscovo.

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Lusa
15/03/2022 11:44 ‧ 15/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Pequim recusou-se a criticar a Rússia pela invasão da Ucrânia, ou mesmo referir-se ao conflito como uma "guerra".

Os comentários do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Zhao Lijian foram feitos depois de delegações de alto nível dos Estados Unidos e da China se terem reunido, em Roma, para abordar a posição da China, entre outras questões.

O embaixador da União Europeia em Pequim, Nicolas Chapuis, pediu hoje também que a China apoie a Ucrânia. "Não pode haver a chamada neutralidade", disse.

Em conferência de imprensa, Zhao disse que os "EUA criaram e espalharam desinformação", acrescentando: "Isso não revela apenas falta de ética, mas é também imoral e irresponsável".

"O que os EUA deviam fazer é refletir profundamente sobre o papel que desempenharam no desenvolvimento e evolução da crise na Ucrânia, e fazer algo prático para aliviar a tensão", apontou.

A China tem mantido uma posição ambígua em relação à Ucrânia. Por um lado, defendeu que a soberania e a integridade territorial de todas as nações devem ser respeitadas - um princípio de longa data da política externa chinesa e que pressupõe uma postura contra qualquer invasão -, mas ao mesmo tempo opôs-se às sanções impostas contra a Rússia e apontou a expansão da NATO para o leste da Europa como a raiz do problema.

Durante um encontro em Roma, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos Jake Sullivan procurou que Pequim definisse com clareza a sua posição, e alertou a delegação chinesa, novamente, que a assistência à Rússia -- incluindo ajudar o país a evitar sanções impostas pelos EUA e os aliados ocidentais -- terá um preço a pagar.

O Kremlin negou relatos de que solicitou equipamento militar à China para uso na guerra.

Zhao repetiu as afirmações de que a China está "profundamente entristecida" com a "situação". O país está "comprometido" em promover negociações de paz, apontou.

"A posição e as declarações da China sobre a questão da Ucrânia são completamente objetivas, imparciais e construtivas", realçou.

Zhao também disse que um terceiro lote de ajuda humanitária enviado pela China para a Ucrânia chegou à Polónia na segunda-feira.

Chapuis instou a China a apoiar a Ucrânia e a "ajudar a Europa a parar a guerra".

"Pedimos a todos os nossos amigos chineses que identifiquem o agressor e apoiem a vítima", disse o embaixador, durante uma mesa redonda organizada pelo Centro para a China e a Globalização, um 'think tank' com sede em Pequim.

Leia Também: Bolsas europeias em baixa pendentes das negociações entre Kyiv e Moscovo

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