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Músico que foi lutar na guerra canta para os resistentes de Kharkiv

Celebridade da música ucraniana e ex-deputado, Svyatoslav Vakarchuk, integrou as Forças de Defesa Territoriais

Notícias ao Minuto

09:43 - 17/03/22 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

É o líder dos Okean Elzy que em 2015 bateram o recorde de público num concerto na Ucrânia, levando 75 mil pessoas ao Estádio Olímpico de Kyiv. Agora está num abrigo anti bombas em Kharkiv, uma das cidades mais afetadas pelos bombardeamentos, a cantar para quem resiste.

Assim que a guerra começou, esta celebridade ucraniana, que para além de músico é político, integrou de imediato as Forças de Defesa Territoriais. 

Kharkiv é a cidade mais destruída da Ucrânia. Os raides desta quarta-feira atingiram zonas residenciais da cidade ucraniana e provocaram dezenas de vítimas. Entre as áreas atingidas pelos bombardeamentos russos das últimas horas está ainda uma escola e o mercado de Kharkiv.

No Twitter, a jornalista Hanna Liubakova partilhou um vídeo do homem a cantar. "Um dos meus músicos ucranianos favoritos, Svyatoslav Vakarchuk, o vocalista principal de Okean Elzy, está a cantar juntamente com os residentes de Kharkiv que são forçados a esconder-se no metro devido ao bombardeamento. Esta unidade, coragem e força são visíveis a todos os níveis na sociedade", pode ler-se. 

Nascido há 46 anos em Mukachevo, na Ucrânia ocidental, filho de um professor de Física na Universidade de Lviv e ex-ministro da Educação e Ciência, Svyatoslav Vakarchuk, ele próprio doutorado em Física, é uma figura que transcende o sucesso dos O.E. e as suas digressões por estádios nos EUA, Canadá e na agora inimiga Rússia (onde se recusa a atuar desde a anexação da Crimeia, em 2014). Este tem usado a sua popularidade em momentos decisivos na Ucrânia, como a Revolução Laranja, entre 2004 e 2005, ou os protestos Euromaidan, entre 2013 e 2014.

Prosseguiu o seu ativismo pela aproximação à Europa, denúncia do autoritarismo da Rússia e da corrupção no seu país e também protagonizou momentos singulares, como a conquista do prémio mais alto do concurso "Quem quer ser milionário", o equivalente a 30 mil euros, que doou a orfanatos.

A fama e o carisma colocaram-no na rota da política, ao lado de outra estrela, o então comediante Volodymyr Zelensky, sendo dado como presidenciável. Mas nas eleições de 2019 acabou por não ir a votos nem apoiar nenhum candidato. Em vez disso, fundou o partido liberal Holos (Voz), sendo depois eleito para o parlamento - só que não se demorou por lá. "Criei um partido dirigido para jovens e gente liberal,  conseguimos eleger representantes, eles estão no parlamento e eu saí para voltar a fazer o meu trabalho", afirmou à Lusa no início da guerra. 

Leia Também: População esfomeada ataca supermercados numa Kharkiv destruída

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