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Deputadas relatam horror em Mariupol. "Táticas medievais" contra idosas

Quatro mulheres ucranianas detalharam na quinta-feira, na Câmara dos Comuns do Reino Unido as "táticas medievais" dos soldados russos durante a invasão à Ucrânia.

Deputadas relatam horror em Mariupol. "Táticas medievais" contra idosas
Notícias ao Minuto

09:13 - 18/03/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Guerra na Ucrânia

Quatro deputadas ucranianas - Lesia Vasylenko, Alona Shkrum, Maria Mezentseva e Olena Khomenko - detalharam na quinta-feira, na Câmara dos Comuns do Reino Unido as "táticas medievais" dos soldados russos durante a invasão à Ucrânia.

De acordo com o relato das quatro mulheres, as tropas de Vladimir Putin estão a violar mulheres idosas que, por serem mais vulneráveis, não conseguiram fugir. Após as violações, estas mulheres são enforcadas ou põe termo às próprias vidas. 

As crianças são outro dos alvos dos russos que, vendo os seus planos frustrados, estão a mudar de estratégia para atingir os mais frágeis. 

Vasylenko afirma que algumas crianças, que conseguiram cruzar a fronteira, sofrem agora de transtorno de stress pós-traumático

"[Putin] Mudou a estratégia para atingir os grupos mais vulneráveis como mulheres e crianças", indica Lesia Vasylenko.

Fazendo referência a uma das cidades mais fustigadas pelos bombardeamentos russos, Vasylenko disse aos britânicos que “as táticas que a Rússia usa em Mariupol são táticas medievais de cerco”.

“A cidade está sitiada na pior tradição dos tempos medievais. As pessoas são privadas de comida, privadas de água. Durante 14 dias foi impossível entrar naquela cidade”, acrescentou. 

A parlamentar apela ainda ao governo britânico e organizações humanitárias que prestem assistência à família das vítimas e garantam que os crimes são documentados para serem apresentados no Tribunal Internacional de Justiça. 

“Infelizmente, ainda é o começo das atrocidades que vão acontecer. O exército de Putin está a cometer crimes de guerra e contra a humanidade”, apontou. 

Mezentseva descreveu Kharkiv – outra cidade ucraniana deixada em ruínas pelos bombardeamento russos - como "irreconhecível".

Shkrum, que viajou dois dias para chegar ao Reino Unido a partir de Kyiv, acrescentou que este é, simultaneamente, "o pior dos tempos" e o "melhor dos tempos" porque o bem, a coragem e a união das pessoas ucranianas prevalece.

A Rússia lançou na madrugada de dia 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos. Entre os mortos há mais de 100 crianças. 5,2 milhões de pessoas fugiram de suas casas, entre as quais mais de 3,1 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: ONU. Ucrânia pede que Rússia deixe de tentar manipular bloco. "É obsceno"

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