A última ronda destas negociações, que decorriam desde 2018, decorreu em Nova Iorque entre 07 e 18 de março, mas ficaram por acordar vários assuntos-chave, disse hoje Will McCallun, da organização de defesa do ambiente Greenpeace, que integra a Aliança do Mar Alto, juntamente com dezenas de outras associações ecologistas.
Os negociadores, que representam 48 Estados membros, prolongaram o calendário para fazerem uma boa reunião, em princípio durante o ano em curso, uma vez que este é o ano limite dados pelos principais atores para se alcançar um acordo.
"Estamos a ficar sem tempo. Não houve um ponto em concreto que tivesse impedido o acordo final, mas foi o ritmo das negociações, muito lento, que nem sequer permitiu (concluir) a proposta de texto para discussão", disse, em comunicado, Liz Karan, da organização Pew Charitable Trusts, dos EUA.
"Os Estados precisam do tratado este ano para se estabelecer zonas de proteção marinha e contribuir assim para proteger pelo menos 30% da superfície marítima global e garantir a saúde dos oceanos", desenvolveu.
"Apesar de ser desanimador que não se tivesse concluído o tratado, animam-nos os progressos conseguidos. É essencial agora seguir em frente e aproveitar este impulso para fazer rapidamente outra ronda negocial", concluiu Karan.
Se bem que muitas das questões sejam técnicas, a maioria gira em torno da pressão das pescas e da poluição marítima, tanto a provocada pelos plásticos, muito pouco biodegradáveis, como a dos derrames de líquidos muitíssimo tóxicos, gerados por instalações químicas ou nucleares.
"O multilateralismo ambiental está em uma encruzilhada crítica para o nosso planeta. Os que tomam decisões têm agora uma oportunidade clara para criar progressos significativos para a diminuição da contaminação transfronteiriça", disse, por seu lado, Fabienne McLean, da Ocean Care.