O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, vai participar na reunião da NATO na próxima quinta-feira, dia 24 de março, por videoconferência, anunciou hoje o seu porta-voz, Serhiy Nykyforov.
Entretanto, também a Aliança Atlântica revelou que Zelensky deverá discursar por videoconferência perante os líderes dos países da NATO, que se reúnem em Bruxelas na quinta-feira para uma cimeira extraordinária dedicada à invasão russa da Ucrânia.
"Zelensky está convidado a discursar na cimeira da NATO por videoconferência. Esta será uma oportunidade para os líderes dos países aliados ouvirem diretamente [do presidente ucraniano] sobre a situação catastrófica em que o povo daquele país se encontra por causa da agressão russa", referiu, em comunicado, um oficial da Aliança Atlântica, citado pela agência AFP.
O porta-voz do Presidente ucraniano, Serguii Nikiforov, já tinha indicado que Zelensky teria "parte ativa" na cimeira da NATO com um discurso, no mínimo, e com uma participação plena, através de videoconferência, no máximo, noticiou a agência Interfax-Ucrânia.
O chefe de Estado da Ucrânia vai abordar a necessidade de acabar com os crimes de guerra da Rússia contra a população ucraniana e as infraestruturas civis.
"Isso pode ser feito de várias maneiras. Fechando o espaço aéreo, fornecendo à Ucrânia meios poderosos de defesa aérea e de aviação", acrescentou, citado pela Interfax.
Por outro lado, "não serão discutidas novas fórmulas de segurança" para a Ucrânia.
A reunião especial da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte) vai contar ainda com a presença do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que deverá anunciar novas sanções à Rússia.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de março pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de dez milhões de pessoas, mais de 3,5 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram à Rússia sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 27.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a organização confirmou hoje pelo menos 953 mortos e 1.557 feridos entre a população civil, incluindo 174 crianças.
[Notícia atualizada às 22h57]
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