Reino Unido. Mais sanções contra pessoas e empresas russas e bielorrussas
O Governo britânico anunciou hoje uma nova série de sanções que passam a atingir mais 59 pessoas e empresas russas e seis bielorrussas, em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia, iniciada há um mês.
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Mundo Ucrânia
Empresas como a gigante russa de diamantes Alrosa, o grupo privado de serviços militares Wagner ou o das centrais hidroelétricas Rushydro fazem agora parte da lista de sancionados.
A lista de personalidades visadas cresceu com o fundador do Tinkoff Bank, Oleg Tinkov, o influente presidente do primeiro banco russo Sberbank, German Gref, e Polina Kovaleva, filha da alegada amante do ministro dos Negócios Estrangeiros russo Serguei Lavrov, que vive em Londres e cuja punição era pedida por ativistas anticorrupção.
Segundo um comunicado do governo divulgado hoje, existem "motivos razoáveis para se suspeitar que Polina Kovaleva esteja associada ao ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, através do relacionamento que ele mantém com a sua mãe".
Sancionados são ainda Evgeny Shvidler, ex-administrador do grupo siderúrgico Evraz, e Galina Danilchenko, que foi colocada como presidente da câmara da cidade ucraniana de Melitopol pelas forças russas que a ocupam.
Num comunicado, a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss, indicou que estas sanções, que elevam para um total de mil as personalidades e entidades atingidas, "visam indústrias chave que apoiam a invasão ilegal da Rússia" e incluem os Caminhos de Ferro russos e a empresa de defesa Kronshtadt, o principal produtor de aviões não tripulados ('drones').
"Esses oligarcas, empresários e assassinos a soldo são cúmplices da morte de civis inocentes e é justo que paguem o preço", disse Truss.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também pediu hoje mais "pressão" sobre o Governo do Presidente russo, Vladimir Putin, sugerindo que se impeça a Rússia de usar as suas grandes reservas de ouro.
"Temos que fazer mais e temos que fazer mais economicamente", disse o líder britânico à rádio LBC antes de participar na cimeira extraordinária da Aliança Atlântica em Bruxelas, que ocorre um mês após o início da guerra na Ucrânia.
"Podemos fazer mais para o impedir de usar as suas reservas de ouro, além das suas reservas de moeda?", questionou.
Parte das reservas de moeda estrangeira do Banco Central da Rússia no estrangeiro foram congeladas pelo Ocidente, limitando a sua capacidade de ação, mas os russos acumularam grandes reservas de ouro que permitem fazer face às sanções económicas.
"A minha mensagem hoje para a NATO é que há uma maneira de o mundo continuar a aumentar a pressão sobre Putin", disse Johnson.
"Quanto mais pressão agora, especialmente em relação ao ouro, mais acredito que podemos abreviar a guerra, abreviar o massacre na Ucrânia", sublinhou Johnson.
A cimeira extraordinária da NATO será seguida hoje por uma cimeira do G7, na sede da Aliança. Os chefes de Estado e de Governo da UE também se vão reunir em cimeira durante dois dias.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,6 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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