Em visita oficial à Polónia, no flanco oriental da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte), Biden declarou: "Quando vemos uma mulher de 30 anos em frente a um tanque com uma espingarda (...), se falamos da praça Tiananmen, isto é a praça Tiananmen em maior escala".
Elogiou assim o povo ucraniano, sublinhando a sua "coragem e resistência", ao falar em Rzeszow, no sul da Polónia, a 80 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, onde se deslocou no primeiro dia da sua visita à Polónia para ver com "os próprios olhos" a destruição causada pela invasão russa da Ucrânia.
Também classificou, pela segunda vez, Putin como "criminoso de guerra", ao dirigir-se, durante uma reunião sobre a situação humanitária, ao seu homólogo polaco, Andrzej Duda.
"O mais importante que podemos fazer (...) é manter a unidade das democracias na nossa determinação e nos nossos esforços para reduzir a devastação provocada por um homem que é, acho eu, um criminoso de guerra. E penso também que estarão preenchidos os critérios legais [dessa definição]", frisou Biden.
A 23 de março, o Governo norte-americano "comprovou oficialmente que os membros das forças russas cometeram crimes de guerra na Ucrânia", segundo o secretário de Estado, Antony Blinken.
Em Rzeszow, Joe Biden começou a sua visita com um encontro com os militares da 82.ª divisão aerotransportada dos Estados Unidos.
Essa divisão, a última a abandonar o Afeganistão no verão passado, faz parte das forças destacadas no flanco oriental da NATO para reforçar a presença militar norte-americana após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Em seguida, assistiu a uma reunião sobre a situação humanitária na Ucrânia e área circundante, com o chefe de Estado polaco.
"A sua presença aqui é um grande testemunho da unidade na Aliança do Atlântico-Norte, do enorme apoio, bem como da importância que os Estados Unidos dão à estabilidade da paz global", disse Duda ao seu homólogo norte-americano.
Biden, que voou a seguir para Varsóvia, manterá no sábado reuniões com os dirigentes polacos e fará uma visita a um centro de acolhimento de refugiados ucranianos, que estão a chegar aos milhões à Polónia.
Ainda no sábado, proferirá um discurso que a Casa Branca anunciou que será "importante".
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de dez milhões de pessoas, mais de 3,7 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 30.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a organização confirmou hoje pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos entre a população civil.
Leia Também: Biden "dececionado" por não poder passar a fronteira a partir da Polónia