Norte-americanos querem diversificar presença económica em Angola

Os Estados Unidos querem reforçar os laços económicos com Angola e apostam na diversificação dos setores de atividade, buscando uma "prosperidade" partilhada, disse à Lusa o embaixador norte-americano.

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Lusa
27/03/2022 08:46 ‧ 27/03/2022 por Lusa

Mundo

Angola

Recém-chegado ao país, Tulinabo S. Mushingi assegurou, em entrevista à Lusa, que uma das prioridades da administração Biden, é "trazer prosperidade ao mundo", uma prosperidade partilhada que beneficie tanto o povo angolano, como o povo norte-americano.

"Por isso estamos a tentar reforçar os laços económicos e aprofundar o comércio entre ambos", afirmou.

Atualmente, 63 empresas norte-americanas operam em solo angolano, mas os EUA querem aumentar esta presença e diversificar os setores de atuação, além do tradicional "petróleo e gás".

"Estamos a seguir não só a nossa política externa, e o que as companhias norte-americanas querem, mas também a política do Governo angolano, que é diversificar a sua economia", referiu o diplomata.

Em breve, deve iniciar atividade no país a operadora de telecomunicações Africell, que já investiu 300 milhões de dólares em Angola, e pretende criar cerca de 6.000 postos de trabalho nos próximos cinco anos para desafiar a hegemonia da Unitel, exemplificou.

Também recentes no país são a Quantem, consórcio de capital norte-americano que venceu o concurso para a construção da refinaria do Soyo, província do Zaire, e a Sun Africa, que está a desenvolver um projeto solar fotovoltaico em sete províncias angolanas.

Tulinabo S.Mushingi salientou que as preocupações atuais com as alterações climáticas implicam a necessidade de fazer a transição das energias fósseis para as energias limpas, o que "não será fácil nem nos EUA, nem noutros países como Angola".

O diplomata realçou que as empresas norte-americanas têm em comum algumas caraterísticas: a transferência de tecnologia e 'know how', incorporação de conteúdo local, bem como a criação de empregos.

Destacou ainda outras prioridades da sua missão alinhadas com a política externa de Joe Biden, entre estas o combate à covid-19, uma vez que "a segurança sanitária faz também parte da segurança nacional".

Outro dos objetivos passa pela salvaguarda da democracia e a boa governação.

"A democracia não é única, mas tem alguns princípios básicos com os quais todos devemos concordar como a liberdade de expressão, a liberdade de votar, a não violência, os direitos humanos", elencou, acrescentando: "não podemos atingir os nossos objetivos se não houver boa governação".

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