Retirada? Zelensky diz que "não são ingénuos" e ocidentais desconfiam

"Esperar para ver" e possível "reposicionamento"? As desconfianças dos líderes ocidentais em relação às promessas do Kremlin.

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Notícias ao Minuto
30/03/2022 08:44 ‧ 30/03/2022 por Notícias ao Minuto

Mundo

Guerra na Ucrânia

Irá a Rússia cumprir com uma redução "radical" das atividades militares em Kyiv e Chernihiv, na sequência das negociações de paz, como afirmou o vice-ministro russo da Defesa, Alexander Fomin? A desconfiança não só do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como também dos líderes ocidentais é maior do que a crença nas palavras dos russos. 

Esta quarta-feira, Zelensky apontou que os "ucranianos não são ingénuos", expressando dúvidas sobre a retirada da Rússia.

No vídeo publicado esta manhã, o presidente afirma que manterá a defesa do seu país, independentemente das promessas do Kremlin.

"Claro que não vemos razão para confiar nas palavras de certos representantes de um Estado que continua a lutar pela nossa destruição", começou por dizer o chefe de Estado ucraniano.

"Os ucranianos já aprenderam durante estes 34 dias de invasão e nos últimos oito anos de guerra em Donbass que apenas um resultado concreto pode ser confiável", explicou ainda. 

As promessas de Putin não se traduzem, no entanto, numa efetiva retirada, indica Zelensky. "O inimigo ainda está no nosso território. O bombardeio das nossas cidades continua. Mariupol está bloqueada. Mísseis e ataques aéreos não param. Esta é a realidade. Estes são os fatos", sublinha também.

Também os líderes ocidentais desconfiam das promessas russas. Biden, por exemplo, disse que vai "esperar para ver" se a Rússia "mantém a palavra" e reduz a atividade militar como prometido. 

Segundo Biden, os líderes ocidentais foram unânimes em considerar que é necessário esperar para ver as ações da Rússia.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, também assumiu as suas dúvidas apontando que não viu nada que indicasse que as negociações estavam a progredir de maneira “construtiva”. Blinken detalhou ainda que esta poderá ser uma tentativa de Moscovo de “enganar as pessoas e desviar a atenção”.

John Kirby, secretário de imprensa do Pentágono, apontou: "Houve algum movimento de unidades russas para longe de Kyiv nos últimos dias? Sim, achamos que sim, números pequenos”. “Mas acreditamos que este é um reposicionamento, não uma retirada real, e que todos devemos estar preparados para assistir a uma grande ofensiva contra outras áreas da Ucrânia", concluiu. 

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.151 civis, incluindo 103 crianças, e feriu 1.824, entre os quais 133 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU. 

A ONU alerta, no entanto, para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

Leia Também: Anunciados três corredores humanitários para retirada civis de Mariupol

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