Embora a Rússia afirme que não tem como alvo civis, a verdade é que muitos se encontram hospitalizados como resultado da invasão na Ucrânia e dos ataques das tropas russas.
Mesmo depois de as Nações Unidas terem esclarecido que os ataques da Rússia a civis ucranianos podem constituir um crime de guerra, continuaram a verificar-se bombardeamentos que provocaram um elevado número de vítimas mortais.
Natalia Mykolaivna, de 45 anos, está deitada numa cama de hospital em Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, como resultado de um ataque do exército russo. Segundo a CNN, ao agarrar a mão do filho, Nikolai, a ucraniana contou o que aconteceu na sua cidade natal, Polohy, no dia em teve início a invasão da Rússia, 24 de fevereiro de 2022.
"Saí de casa porque estava preocupada com a minha mãe e fui vê-la. Ela morava na rua ao lado", relatou, acrescentando: "Caminhei em direção à casa dela e levantei as mãos no ar, enquanto dizia que tinha autorização para passar, mas o soldado disparou na mesma com uma metralhadora, atingindo-me nas pernas, da cintura para baixo".
Natalia não viu o rosto nem ouviu a voz do soldado russo que disparou. "Ele não disse uma palavra. Os soldados estavam ao lado de um tanque com a letra ‘Z’", admitiu, recordando que “todos estavam a usar máscaras".
Foram os vizinhos e familiares que a ajudaram a chegar ao hospital nas proximidades de Zaporizhzhia, onde foi informada pelos médicos que sobreviveu "por um milímetro". "Os médicos não me disseram quantas balas tinha no corpo. Fui baleada da cintura para baixo", confessou.
A ucraniana tem a perna direita partida, presa por uma armação de metal, e o joelho completamente destruído, o que levou os médicos a concluir que nunca mais voltará a andar como antes.
A aldeia onde Natalia foi atacada, Polohy, que se situa a poucos quilómetros do sul de Orikhiv, encontra-se agora ocupada pelo exército russo, o que levou a que muitos tenham fugido para a cidade de Zaphorizhzhia ou outras mais a oeste.
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