"A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa [OSCE] está pronta a ajudar na assinatura de um acordo de paz entre o Azerbaijão e a Arménia e fazer o máximo para preservar a paz no sul do Cáucaso", disse o atual presidente da entidade, Zbigniew Rau, após se reunir com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Azerbaijão, Jeihun Bayramov.
Rau expressou a sua convicção sobre a possibilidade de alcançar progressos através de "esforços conjuntos" em questões humanitárias, na busca de desaparecidos e na proteção de monumentos históricos e culturais.
"A OSCE está pronta para oferecer a sua contribuição na delimitação e demarcação da fronteira entre Azerbaijão e Arménia, pois a organização tem grande experiência neste campo", acrescentou Rau.
Bayramov observou, por seu lado, que Baku recebeu "notícias positivas da Arménia".
"Esperamos que este seja um sinal de uma atitude séria por parte da Arménia. Chegou a hora de tomar medidas concretas", disse Bayramov.
Rau também se encontrou com o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, a quem pediu a assinatura de um acordo de paz com a Arménia o mais rápido possível.
O primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, declarou hoje que se deverá encontrar com o Presidente do Azerbaijão, sob mediação europeia, em Bruxelas, em 06 de abril, na esperança de lançar negociações para encerrar o conflito em Nagorno-Karabakh.
"Em 06 de abril, em Bruxelas, está marcada a minha reunião com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev", declarou Pashinian durante o Conselho de Ministros.
"Espero, durante esta reunião com o Presidente do Azerbaijão, um entendimento sobre todas as questões relacionadas com o lançamento de negociações sobre um acordo de paz", acrescentou Pashinian.
"Tenho a expetativa que a reunião seja frutífera, porque já realizamos vários encontros e devemos avançar para a paz entre o Azerbaijão e a Arménia, assinar um acordo de paz o mais rápido possível", afirmou, por seu lado, o Presidente do Azerbaijão.
Segundo Aliyev, "o conflito acabou" e "é hora de normalizar as relações entre o Azerbaijão e a Arménia".
"Recebemos algumas mensagens de autoridades arménias. Uma delas é que estão a considerar a nossa proposta (de acordo de paz) aceitável. Esta é uma notícia muito boa e espero que esta questão seja esclarecida durante a reunião em Bruxelas", sublinhou Aliyev.
Tanto Erevan quanto Baku disseram nos últimos dias que querem retomar os seus esforços diplomáticos para um tratado de paz.
Essas garantias vieram logo após o ressurgimento das tensões em Nagorno-Karabakh, território pelo qual as duas ex-Repúblicas soviéticas do Cáucaso lutam há três décadas. Estas tensões acontecem pouco mais de um mês após a invasão da Ucrânia ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
No sábado, a Rússia acusou o Azerbaijão de violar o cessar-fogo negociado em novembro de 2020 pelo Presidente russo para encerrar intensos confrontos armados que duraram seis semanas.
Região montanhosa do Cáucaso do Sul habitada maioritariamente por arménios e apoiada por Erevan, o Nagorno-Karabakh declarou a secessão do Azerbaijão após a queda da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e que implicou uma primeira guerra na primeira metade da década de 1990, com um balanço de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados.
No outono de 2020, a Arménia e o Azerbaijão enfrentaram-se durante seis semanas pelo controlo do Nagorno-Karabakh durante uma nova guerra que provocou 6.500 mortos, e com uma pesada derrota arménia.
Após a assinatura de um acordo sob mediação russa, o Azerbaijão, apoiado militarmente pela Turquia, registou importantes ganhos territoriais e Moscovo enviou uma força de paz de 2.000 soldados para a região do Nagorno-Karabakh.
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