Comboio de autocarros com residentes em Mariupol chega a Zaporijia
Um comboio de autocarros com refugiados ucranianos, incluindo moradores da cidade portuária cercada de Mariupol, no sudeste da Ucrânia, chegou na noite de hoje a Zaporijia, território controlado pelo Exército de Kiev.
© REUTERS/Marko Djurica
Mundo Rússia/Ucrânia
Os autocarros transportavam residentes de Mariupol que conseguiram chegar à cidade de Berdiansk, ocupada pelas forças russas, onde se juntaram ao comboio, de acordo com funcionários oficiais e declarações à chegada à agência de notícias AFP.
A informação foi confirmada pela vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, num vídeo publicado no Telegram.
"Hoje, enquanto estamos a gravar este vídeo, os autocarros já se encontram a caminho, levando os moradores de Mariupol -- 42 autocarros -- em segurança", disse.
A AFP conseguiu observar cerca de 30 autocarros.
"Sabemos o quanto vocês esperam para serem salvos. Todos os dias vamos tentar passar novamente até que vocês tenham a hipótese de abandonar a cidade e, o mais importante, viver em paz", acrescentou Iryna Vereshchuk.
A vice-primeira-ministra adiantou na quinta-feira que o Governo ucraniano estava a enviar 45 autocarros para retirar civis de Mariupol após Moscovo anunciar um cessar-fogo para permitir a evacuação daquela cidade.
Na quinta-feira, a Rússia anunciou que iria ser aberto um corredor humanitário, pelas 10:00 (07:00, em Lisboa) de sexta-feira, para retirar civis de Mariupol.
"As Forças Armadas russas vão reabrir um corredor humanitário de Mariupol a Zaporizhzhia (a 220 quilómetros a noroeste) em 01 de abril a partir das 10:00, horário de Moscovo", adiantou o Ministério da Defesa russo.
A medida foi tomada na sequência de "um pedido pessoal do Presidente francês (Emmanuel Macron) e do chanceler alemão (Olaf Scholz) ao Presidente russo, Vladimir Putin", acrescentou o Ministério num comunicado.
"Para garantir o sucesso desta operação humanitária, propõe-se realizá-la com a participação direta de representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados [ACNUR] e do Comité Internacional da Cruz Vermelha [CICV]", prosseguiu.
Durante a manhã de hoje, Comité Internacional da Cruz Vermelha admitiu que a retirada de civis da cidade de Mariupol, na Ucrânia, podia não acontecer, como estava planeado, já que ainda não havia garantias de segurança exigidas pelo organismo.
"Ainda há muitas coisas em movimento e nem todos os detalhes garantem em definitivo [que a retirada] aconteça com segurança", avançou o porta-voz do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em Genebra, Ewan Watson, acrescentando que a situação não permitia ter certeza se a operação decorreria hoje.
O CICV tinha-se disponibilizado na quinta-feira para liderar as operações de retirada de civis da cidade de Mariupol, que deveriam ter início hoje, tendo, no entanto, imposto a condição de ter garantias de segurança.
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