A Rússia anunciou esta quinta-feira ter aberto uma investigação criminal quanto a alegados abusos por parte das tropas ucranianas a prisioneiros de guerra, depois de um soldado russo ter denunciado que foi alvo de violência física e de ameaças de morte quando foi capturado pela Ucrânia.
O Comité de Investigação russo adiantou que o homem, identificado apenas pela inicial E, foi capturado após um combate no dia 2 de março, do qual saiu severamente ferido. O soldado terá regressado à Rússia a 1 de abril, depois de uma troca de prisioneiros de guerra, segundo a Reuters.
Ainda assim, durante o tempo que passou enquanto prisioneiro de guerra, o soldado alega ter sido interrogado repetidamente tanto por militares ucranianos, como por pessoas em roupas civis e máscaras faciais. Denunciou também ter sido agredido na cabeça várias vezes, com murros, tijolos e até mesmo com uma pistola.
Nesse sentido, o Comité considerou que o tratamento do soldado constitui uma violação das Convenções de Genebra que proíbem maus tratos contra prisioneiros de guerra, abrindo uma investigação criminal contra “pessoas desconhecidas”.
O caso surge num momento em que um vídeo publicado no início desta semana mostra um grupo de soldados ucranianos a executar soldados russos capturados na vila de Dmytrivka, a cerca de 11 quilómetros da cidade ucraniana de Bucha.
De acordo com o The New York Times, que verificou a autenticidade das imagens, a execução dos soldados aparenta ter sido o resultado de uma emboscada ucraniana a uma coluna russa, realizada a 30 de março, quando as tropas russas se retiravam de pequenas cidades a oeste de Kyiv.
Esta quinta-feira marca o 43.º dia da ofensiva militar russa na Ucrânia que, desde 24 de fevereiro, já provocou a morte de 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, a guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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