"A lógica de confrontação deve ser deixada de lado para dar lugar à lógica de cooperação", afirmou Augusto Mário da Silva, quando reagia à Lusa a decisão do ministério de Comunicação Social de mandar encerrar 79 estações de rádio "em falta".
Segundo o presidente da Liga dos Direitos Humanos, as rádios da Guiné-Bissau "desempenham um papel fundamental" no desenvolvimento das comunidades, na promoção da democracia e na preservação dos direitos.
Augusto Mário da Silva defendeu que em vez de mandar encerrá-las o Governo "devia antes trabalhar com as rádios" para determinar as dificuldades que enfrentam e ajudá-las a superá-las.
"As rádios trabalham num contexto de extrema dificuldade, mandar parar agora é sinónimo de matá-las", observou o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos.
Augusto Mário da Silva considera "exorbitante e improcedente" que o Governo esteja a cobrar como taxa de licença de emissão 1,5 milhões de francos CFA (2.286 euros) por cada rádio.
A Liga dos Direitos Humanos quer que o ministério da Comunicação Social dialogue com as rádios até que se encontrem "os melhores termos" para que continuem as emissões de forma regular, "mas nunca chegar ao encerramento".
Fontes de várias rádios comerciais contactadas em Bissau disseram à Lusa que pararam as emissões desde quinta-feira logo após o anúncio emitido pelo ministério da Comunicação Social.
Algumas das rádios comerciais que pararam as emissões foram, por exemplo, a Bombolom, a Pindjiguiti e a Rádio África FM.
Algumas rádios saldaram as respetivas dívidas, mas continuam com as emissões suspensas à espera de uma equipa de vistoria do ministério da Comunicação Social que irá analisar se os equipamentos continuam a funcionar dentro dos parâmetros concedidos aquando da emissão da licença de emissão.
Fonte da Rede Nacional das Rádios Comunitárias (Renarc) indicou à Lusa que as estações querem pagar o que devem ao Estado, mas primeiro querem saber quanto devem e qual a proveniência da dívida.
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