"A Ucrânia está pronta para as grandes batalhas. A Ucrânia tem de vencê-las, inclusive no Donbass", região do leste do país, disse o assessor da Presidência ucraniana Mykhailo Podoliak, citado pela agência de notícias Interfax.
"Quando isso acontecer, a Ucrânia terá uma posição mais forte nas negociações, o que permitirá ditar certas condições", acrescentou.
O estado-maior do exército ucraniano disse no sábado que "o inimigo russo continua a preparar-se para intensificar as suas operações ofensivas no leste da Ucrânia e assumir o controle total das regiões de Donetsk e Lugansk", em Donbass.
Numa atualização diária publicada no Facebook, o estado-maior disse que, além da continuação dos combates para assumir o controlo das cidades de Mariupol, no sul, e Izium, mais a norte, "o inimigo continua a atacar, com mísseis, alvos civis em toda a Ucrânia".
Os bombardeamentos deixaram cinco mortos e cinco feridos na região de Donetsk, disse o governador regional Pavlo Kyrylenko no sábado à noite, na plataforma Telegram.
Em Lysytchansk, na região de Lugansk, o autarca Olexandre Zaïka pediu aos moradores que saíssem o mais rápido possível.
"A situação na cidade é muito tensa, peço que se retirem. Está a tornar-se muito difícil, bombas inimigas estão a cair por toda a parte", disse ele, numa mensagem publicada no Telegram.
À espera da ofensiva russa, soldados ucranianos e membros da Defesa Territorial estiveram a fortalecer posições e a cavar novas trincheiras na área rural de Barvinkove, no leste do país.
As estradas foram minadas e obstáculos antitanque instalados em todas as encruzilhadas.
Sete mísseis caíram esta madrugada na região de Mykolayiv, cerca de 100 quilómetros a nordeste de Odessa, segundo o comando militar local.
Odessa, a terceira maior cidade do país e importante porto estratégico no Mar Negro, decretou toque de recolher até à manhã de segunda-feira.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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