"Bucha não aconteceu num dia. Durante muitos anos, as elites políticas russas e a propaganda incitaram ao ódio, desumanizaram os ucranianos e alimentaram a superioridade russa preparando o terreno para as atrocidades cometidas agora", escreveu Kuleba na sua conta na rede social Twitter.
"Apelo aos investigadores de todo o mundo para que analisem e examinem o que conduziu ao ocorrido em Bucha", frisou.
A Ucrânia e os países ocidentais acusaram as tropas russas de "massacres e crimes de guerra" na sequência da descoberta de dezenas de cadáveres nas ruas de Bucha, uma pequena cidade a noroeste de Kyiv recuperada pelas tropas ucranianas em 31 de março.
Embora não se confinem a Bucha, esta pequena cidade tornou-se num símbolo das atrocidades de guerra perpetradas pelos russos depois de, no passado dia 02, jornalistas da agência France Presse se terem deparado com vinte cadáveres vestidos à civil, cujos corpos se encontravam espalhados ao longo de várias centenas de metros numa rua da cidade.
Um dos corpos encontrava-se deitado sobre uma bicicleta, outros tinham sacos de comida junto de si, e outro encontrava-se deitado de lado apresentando as mãos amarradas atrás das costas. Pelo menos dois dos cadáveres apresentavam grandes ferimentos na cabeça.
O massacre de Bucha causou indignação e condenação do mundo inteiro e levou os aliados de Kyiv a imporem novas sanções à Rússia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,4 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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