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Apesar da incerteza, os agricultores de Yakovlivka recusam-se a partir

A maioria dos residentes permaneceu na aldeia agrícola, onde o trigo foi plantado. A sua colheita, contudo, não é certa.

Notícias ao Minuto

11:58 - 11/04/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Ucrânia/Rússia

Uma semana depois da invasão russa na Ucrânia, a 24 de fevereiro, a aldeia de Yakovlivka, nos arredores de Kharkiv, foi bombardeada. Quatro pessoas morreram e outras 11 ficaram feridas, incluindo crianças, segundo a administração local. Ainda assim, apesar do medo que paira no ar, a maioria dos residentes permaneceu naquela aldeia agrícola, onde o trigo foi plantado. A sua colheita, contudo, não é certa.

"Plantámos o trigo. Mas conseguiremos que cresça e que seja colhido nas circunstâncias atuais? Apenas Deus sabe. Estamos a fazer o nosso melhor", disse Vadim Aleksandrovich, diretor de uma empresa agrícola do local, em declarações à Reuters.

Num país em guerra, esta incerteza é comum para todos os produtores de trigo da Ucrânia, que ocupa o lugar de quinto exportador a nível mundial.

Na colheita anterior, a empresa produziu cerca de três mil toneladas de trigo, três mil toneladas de girassóis, e mil toneladas de milho. No entanto, 80% dos seus sete mil hectares estão inacessíveis de momento, tanto devido às minas, como aos combates.

Apenas os campos nos arredores da aldeia podem ser acedidos com relativa segurança. Contudo, os agricultores veem-se obrigados a ligar aos serviços de emergência antes de se dirigirem para os campos, para determinarem se a área é segura.

“A situação é muito tensa, e não é claro o que acontecerá. Nem sequer sabemos o que acontecerá dentro de uma hora”, confessou Aleksandrovich.

Apesar de tudo, 380 dos 533 residentes de Yakovlivka permaneceram na aldeia, e os refugiados que ali encontraram abrigo aumentaram o número atual de habitantes para 436.

Depois do ataque russo, que os residentes suspeitam que poderá ter tido como alvo uma unidade de soldados ucranianos que estava temporariamente sediada na escola local, as pessoas começaram a reconstruir as casas danificadas.

“Pensei que poderia viver os meus últimos dias em paz, e depois isto acontece”, lamentou Vera Babenko, de 66 anos.

Uma bomba rebentou ao pé de sua casa, a cerca de 200 metros da escola local, que sofreu apenas algumas janelas partidas. No entanto, a mulher não tem intenções de deixar Yakovlivka.

“Quero reconstruir a minha cozinha”, disse.

A ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a morte de pelo menos 1.793 civis, incluindo 176 crianças, e feriu 2.439, entre os quais 336 menores, segundo os dados mais recentes Organização das Nações Unidas (ONU).

O conflito levou também à fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos, e a um número indeterminado de baixas militares.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: "Mariupol foi destruída, há dezenas de milhares de mortos", diz Zelensky

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