A Coreia do Norte denunciou, esta segunda-feira, que a suspensão russa do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) tratou-se de uma “ação injustificável” liderada pelos Estados Unidos da América (EUA) e do Ocidente, de modo a manter a hegemonia política.
“O que os EUA procuram é isolar os países independentes […] na arena internacional, de modo a manter a sua ordem hegemónica ilegal e desumana”, disse um ministro norte-coreano, cujo nome não foi revelado, num comunicado citado pela Reuters.
O responsável salientou também que as organizações internacionais não devem ser “abusadas” como meio para os EUA colocarem pressão sob outros países, acusando a resolução de ter “dois pesos e duas medidas”.
Recorde-se que a embaixadora norte-americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, pediu a suspensão da Rússia naquele organismo das Nações Unidas, após a descoberta de dezenas de cadáveres de civis em Bucha, na Ucrânia.
Sendo a Rússia um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU – assim como o Reino Unido, a China, a França e os Estados Unidos – não pode ser removida do organismo. Nesse sentido, a sua suspensão é encarada como uma forma significativa de as Nações Unidas mostrarem desaprovação pelas ações russas na Ucrânia.
A votação, que ocorreu no dia 7 de abril, obteve 93 votos a favor, 24 contra – um dos quais da Coreia do Norte – e 58 abstenções.
De notar que a Líbia tinha sido, até agora, o único país a perder o estatuto enquanto membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em 2011, devido à repressão aos protestos populares no país por parte do regime de Muammar Kadhafi.
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