"Iremos para a justiça, dado que tomámos todas as medidas necessárias para garantir que os investidores receberiam os seus pagamentos", disse o ministro, salientando que a Rússia pode apresentar provas dos "esforços para pagar tanto em divisas estrangeiras como em rublos".
As declarações não especificaram a que instância jurídica a Rússia vai recorrer e ocorrem depois de, no sábado, a agência de notação financeira S&P Global Ratings ter baixado a nota da Rússia para os seus pagamentos em moeda estrangeira para o nível de "incumprimento seletivo", depois de Moscovo ter recorrido a rublos para pagar uma dívida em dólares, na semana passada.
A S&P indicou também que iria deixar de avaliar a Rússia, como as agências Fitch e Moody's.
"A Rússia tentou de boa-fé reembolsar os credores externos transferindo os valores correspondentes em moeda estrangeira para pagar a nossa dívida. No entanto, a política deliberada dos países ocidentais é criar artificialmente e por todos os meios um incumprimento", declarou o ministro.
"Se uma guerra económica e financeira for lançada contra o nosso país, somos obrigados a reagir, cumprindo todas as nossas obrigações", acrescentou.
O ministro indicou que a dívida externa da Rússia representa cerca de 4,5 a 4,7 biliões de rublos (o equivalente a 52 mil milhões de euros ao câmbio atual), ou seja, 20% do total da dívida pública.
Um país é considerado em incumprimento quando não é capaz de cumprir os compromissos que assumiu com os credores.
Durante várias semanas, a Rússia afastou o risco de incumprimento, com o Tesouro norte-americano a permitir a utilização das divisas estrangeiras de Moscovo para pagamento de dívidas.
Mas, na semana passada, Washington anunciou que deixaria de autorizar Moscovo a pagar a sua dívida com dólares que estavam em bancos norte-americanos e na sequência disso o banco JPMorgan bloqueou um pagamento de Moscovo.
O Ministério das Finanças russo anunciou depois que cumpriu o pagamento de 650 milhões de dólares em rublos, no passado dia 04 de abril.
A invasão russa da Ucrânia, uma operação que começou em 24 de fevereiro, foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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