Os relatos sobre a alegada utilização de armas químicas em Mariupol pelo exército russo estão a preocupar a comunidade internacional. O governo do Reino Unido já anunciou que está a trabalhar com os seus parceiros para tentar "verificar os detalhes" desse ataque, afirmou a ministra britânica dos Negócios Estrangeiros.
"Qualquer uso de tais armas seria um escalar insensível deste conflito", declarou Liz Truss, assegurando que "Putin e o seu regime serão responsabilizados", caso a utilização de armas químicas se confirme.
Reports that Russian forces may have used chemical agents in an attack on the people of Mariupol. We are working urgently with partners to verify details.
— Liz Truss (@trussliz) April 11, 2022
Any use of such weapons would be a callous escalation in this conflict and we will hold Putin and his regime to account.
Também o porta-voz do Pentágono, John Kirby, divulgou uma declaração sobre o alegado ataque com armas químicas em Mariupol, frisando que ainda não lhes foi possível verificar a veracidade da informação, mas garantindo que estão a "monitorizar a situação".
"Não podemos confirmar de momento e continuaremos a monitorizar a situação de perto", apontou.
"Se os relatos sobre o uso de armas químicas se confirmarem, são profundamente preocupantes e refletem as preocupações que tivemos sobre o potencial da Rússia de usar uma variedade de agentes de controle de distúrbios, incluindo gás lacrimogéneo misturado com agentes químicos, na Ucrânia", completou John Kirby.
Autoridades ucranianas disseram que um drone russo lançou uma substância tóxica na cidade de Mariupol, no porto sitiado no mar de Azov, na noite de segunda-feira.
Segundo o líder do batalhão Azov, Andriy Biletsky, citado pelo jornal Kyiv Independent, há três pessoas com sinais claros de envenenamento químico, apesar de adiantar que não se verificaram "consequências desastrosas" para sua saúde.
Se confirmado, esta é a primeira vez que são usadas armas químicas pela Rússia desde o início da invasão à Ucrânia.
Os líderes ocidentais prometeram intensificar a sua resposta à agressão russa caso isso acontecesse.
Ivanna Klympush, parlamentar ucraniana, diz que a substância desconhecida era "provavelmente" armas químicas.
Klympush afirmou que o ataque ocorreu por volta das 22h, hora local, escrevendo no Twitter: "Esta manhã, os russos ameaçaram usar 'tropas químicas' contra os defensores de Mariupol".
1/2 #RU 1,5hr ago used unknown substance in #Mariupol. Victims experience respiratory failure,
— Ivanna Klympush (@IKlympush) April 11, 2022
vestib.-atactic syndrome.Most likely chem.weapons!This is red line beyond which must destroy economy of despotism.We demand full embargo on all fuels from #RU &heavy weapons 2UA now!
Esta noite, o presidente da Ucrânia admitiu que as forças russas podem usar armas químicas na Ucrânia, mas não adiantou se já o fizeram.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.842 civis, incluindo 148 crianças, e feriu 2.493, entre os quais 233 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,5 milhões para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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