Num comunicado, a IURD refere que o colégio de juízes da 4.ª Secção dos Crimes Comuns do Tribunal da Comarca de Luanda determinou o "desbloqueio dos bens móveis e imóveis da IURD em Angola".
"Milhares de fiéis de Cabinda ao Cunene entrarão nos tempos da Universal após mais de dois anos de espera", refere-se na nota, garantindo a "retoma imediata das atividades".
Os bispos, pastores, obreiros, membros e simpatizantes "estarão nos templos abertos dando auxílio espiritual e social a todos os carentes e necessitados".
A IURD em Angola enfrenta disputas internas desde 2019, quando bispos e pastores angolanos acusaram os gestores brasileiros de vários crimes, nomeadamente branqueamento de capitais, evasão de divisas, obrigação da vasectomia, bem como racismo.
Os brasileiros acusam os bispos e pastores angolanos, que se afastaram da igreja, de atos de xenofobia e agressões, na sequência da tomada à força de templos, em todo o país.
A justiça angolana abriu um processo, encerrou os templos e convidou missionários brasileiros a deixarem o território angolano.
No âmbito do julgamento, o tribunal de Luanda condenou em 31 de março o ex-responsável da IURD em Angola a três anos de prisão, de pena suspensa, pelo crime de violência física e psicológica, enquanto os restantes arguidos foram absolvidos.
O ex-líder Honorilton Gonçalves, atualmente no Brasil, e outros três coarguidos - o bispo angolano António Ferraz, o pastor brasileiro Fernandes Teixeira e o pastor angolano Belo Kifua -- eram acusados de vários crimes, incluindo associação criminosa, branqueamento de capitais e violência doméstica, num julgamento que teve início em 18 de novembro de 2021.
Honorilton Gonçalves foi condenado pelos crimes de violência física e psicológica, ficando a pena suspensa por dois anos, e terá de pagar indemnizações de 30 e 15 milhões de kwanzas (60 mil e 30 mil euros) a dois ofendidos que foram submetidos a vasectomia.
Os arguidos foram absolvidos dos restantes crimes: associação criminosa, branqueamento de capitais, burla por defraudação e expatriação ilícita de capitais, um crime que o tribunal deixou cair por se tratar de uma transgressão que compete ao Banco Nacional de Angola.
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