Myanmar foi o país que mais escritores e intelectuais deteve em 2021

Myanmar, onde o exército realizou um golpe em fevereiro de 2021, foi o país que deteve mais escritores e intelectuais no ano passado, anunciou hoje a organização de defesa dos direitos humanos e da literatura PEN América.

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Lusa
14/04/2022 12:24 ‧ 14/04/2022 por Lusa

Mundo

Detenções

Segundo um relatório da organização, em 2021 foram detidos em Myanmar (antiga Birmânia) 20 escritores e intelectuais, tendo aumentado para 26 o total destes profissionais presos no país.

Analisando os totais, ou seja, contabilizando os escritores e intelectuais detidos em 2021 e em anos anteriores, mas que continuam presos, Myanmar fica atrás apenas da China e da Arábia Saudita.

Esses dois países têm 85 e 29 destes profissionais presos, respetivamente, a grande maioria detida antes de 2021, segundo o relatório.

Na lista da PEN America 2020, Myanmar aparecia em nono lugar, com oito escritores presos, antes de o golpe de Estado dos militares que derrubou o Governo de Aung San Suu Kyi, interrompendo uma década de transição democrática no país e lançando uma campanha brutal de repressão contra vozes discordantes.

"Estamos particularmente preocupados por ver Myanmar entre os maiores repressores, depois dos ataques da junta militar à liberdade de expressão e aos direitos humanos", disse Karin Deutsch Karlekar, da PEN América.

Segundo a organização, dos 26 escritores e intelectuais detidos naquele país, a maioria está presa sem ter sido formalmente acusada.

A junta militar birmanesa lançou uma campanha de detenções desde que assumiu o poder, a 01 de fevereiro de 2021, e mantém 10.195 pessoas presas na categoria de presos políticos, incluindo Aung San Suu Kyi, Nobel da Paz em 1991, cujo partido venceu as eleições legislativas nesse ano, de acordo com a Associação de Assistência aos Presos Político birmanesa.

Esta associação, que trabalha no exílio, refere que, desde o golpe de Estado, pelo menos 1.750 pessoas morreram devido à violência dos militares.

A PEN, que no relatório inclui escritores e intelectuais que foram detidos em 2021 na sequência do seu trabalho e estiveram presos durante pelo menos 48 horas, indica que a China, a Arábia Saudita e Myanmar respondem por mais da metade destes profissionais presos no ano passado, cujo total é de pelo menos 277 em 36 países.

O número representa um aumento em relação a 2020, quando foram contabilizados 273, contra 238 em 2019.

A seguir a Myanmar na lista da PEN, encontra-se o Irão, com um total de 21 escritores presos em 2021, enquanto a Turquia ocupa o quinto lugar, com 18.

Leia Também: Myanmar: Junta militar acusada de confiscar terras de opositores

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