O governador de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, adiantou, citado pela Reuters, que conseguiram chegar, esta quarta-feira, à cidade sitiada de Mariupol menos autocarros do que o previsto - e que, consequentemente, menos pessoas acabariam por ter a possibilidade de abandonar a cidade que tem vindo a ser severamente atacada pelas forças de Moscovo.
Estas declarações foram proferidas depois de o presidente da câmara de Mariupol, Vadym Boishenko, ter dito, durante a manhã desta quarta-feira, que esperava que 90 autocarros pudessem entrar na cidade e ajudar cerca de 6.000 mulheres, crianças e pessoas idosas a fugir.
"Claro que se reuniram pessoas nos pontos de encontro acordados, mas poucas entraram nos autocarros", adiantou Pavlo Kyrylenko a este propósito, embora não esclarecendo quantas pessoas acabariam por conseguir chegar, em segurança, a Zaporizhzhia.
Os meios de comunicação locais estão, por sua vez, a relatar que os pontos de encontro definidos para este fim tinham sido atingidos pela artilharia russa, provocando o "colapso" do corredor humanitário acordado, segundo a informação avançada pela jornalista Andrea Mitchell, da NBC News.
On Mariupol humanitarian corridor, @ErinNBCNews: “There had been an agreement…to evacuate 6,000 women, children & elderly…There are some local media reports, however, that the meeting points…had been hit by artillery...effectively collapsing the corridor” #AMRstaff
— Andrea Mitchell (@mitchellreports) April 20, 2022
Kyiv acordou com Moscovo, para esta quarta-feira, a criação de um corredor humanitário para retirar civis de Mariupol, o que aconteceu pela primeira vez desde sábado, disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Verechtchuk. Falta de garantias de segurança estiveram na base da ausência de tal corredor humanitário nos últimos três dias.
Segundo o autarca de Mariupol, cerca de 100 mil civis permaneçam ainda na cidade portuária sitiada, que antes do início da guerra contava com meio milhão de habitantes.
Também esta quarta-feira, a Rússia tinha feito um novo ultimato às forças ucranianas estacionadas na fábrica Azovstal, em Mariupol - pedindo-lhes que largassem as armas. Isto depois de nenhum dos elementos se ter rendido no período de duas horas estabelecido por Moscovo na terça-feira.
A invasão, que dura desde 24 de fevereiro, já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, e provocou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas - tendo sido condenada pela generalidade da comunidade internacional.
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