O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken disse, esta quarta-feira, que as condições em Mariupol são "verdadeiramente horríveis", apelando assim que todos os que permanecem na cidade sitiada para que fujam dos combates através dos corredores humanitários.
Blinken referiu ainda que todo o planeta testemunhou, há semanas, a "morte e a destruição" em Bucha, numa altura em que a "maré baixa russa" tinha já levantado.
"Só podemos antecipar que esta maré também, a certa altura, recue de Mariupol, vamos ver muito pior do que aquilo que é possível imaginar", assegurou o representante norte-americano.
Posto isto, apelou a todos aqueles que tenham a oportunidade para que fujam de Mariupol através dos corredores humanitários definidos para o efeito - apelidando tal decisão de "muito difícil", mas também "necessária".
Antony Blinken alertou ainda, neste sentido, para o facto de "terem sido anteriormente estabelecidos acordos para a abertura de corredores humanitários que se desmoronaram muito, muito rapidamente, se não imediatamente".
Isto "principalmente porque a segurança tem sido violada pelas forças russas. E assim as pessoas que partiam - acreditando que o podiam fazer em segurança - acabaram por ser atingidas".
O secretário de Estado assegurou ainda que os Estados Unidos estão, neste momento, a ajudar a Ucrânia a avaliar a segurança dos corredores de segurança.
Kyiv acordou com Moscovo a criação de um corredor humanitário para retirar civis de Mariupol a partir desta quarta-feira, o que aconteceu pela primeira vez desde sábado, disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Verechtchuk. Falta de garantias de segurança estiveram na base da ausência de tal corredor humanitário nos últimos três dias.
Segundo o autarca de Mariupol, Vadym Boishenko, cerca de 100 mil civis permaneçam ainda na cidade portuária sitiada, que antes do início da guerra contava com meio milhão de habitantes.
Também esta quarta-feira, a Rússia tinha feito um novo ultimato às forças ucranianas estacionadas na fábrica Azovstal, em Mariupol - pedindo-lhes que largassem as armas. Isto depois de nenhum dos elementos se ter rendido no período de duas horas estabelecido por Moscovo na terça-feira.
A invasão, que dura desde 24 de fevereiro, já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, e provocou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas - tendo sido condenada pela generalidade da comunidade internacional.
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