"Vamos necessitar de reforçar o nosso pessoal (efetivo militar) porque se trata de uma extensa rede de comunicações subterrâneas", disse o chefe da Administração da autoproclamada república popular de Donetsk, Alexei Nikanorov ao canal de televisão estatal Rossia-24.
"Vai ser necessário reforçar o nosso pessoal, de modo que não passe 'nem uma mosca', tal como disse o presidente (Vladimir Putin)", declarou Nikanorov.
Numa reunião transmitida pela televisão estatal russa, Vladimir Putin cancelou a ordem de assalto ao complexo fabril onde se mantêm cerca de dois mil cidadãos ucranianos (combatentes e civis), mas mantém o bloqueio à zona industrial onde se localiza o reduto da resistência.
"Considero inapropriado o assalto proposto à zona industrial. Ordeno o cancelamento", disse o chefe de Estado ao ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu.
"Não precisamos de nos meter nessas 'catacumbas' e de nos arrastarmos no subterrâneo dessas instalações industriais", afirmou Putin.
Assim, ordenou o "encerramento de toda a zona industrial para que não 'passe nem uma mosca'", referindo-se desta forma aos soldados ucranianos e aos combatentes do Batalhão Azov (que integram a Guarda Nacional) e que resistem nas instalações da fábrica.
A Azovstal é o último reduto da resistência ucraniana em Mariupol, cidade portuária do Mar de Azov, que Shoigu declarou tomada, exceto a fábrica de aço.
O ministro da Defesa da Rússia disse, sem dar detalhes, que as forças de Moscovo "vão precisar de três a seis dias para acabar com o 'trabalho'".
Trata-se de uma área propícia à defesa militar visto que as instalações, no sudeste da cidade, têm uma superfície de onze quilómetros quadrados com túneis e bunkers que dificultam o assalto do invasor.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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