"Em duas, no máximo três semanas, a fase ativa terminará e, até 09 de maio (dia em que a Rússia comemora a vitória da URSS sobre a Alemanha nazi), anunciarão vitórias preliminares, dirão que os objetivos foram cumpridos e irão disponibilizar-se para negociar", afirmou Arestovich ao portal independente de língua russa Meduza, com sede na Letónia.
De acordo com o assessor, a questão será, então, se Kyiv aceitará ou não as condições de Moscovo.
"As pessoas querem que lutemos, acabemos com eles e os expulsemos da nossa terra", disse.
Oleksiy Arestovich duvida que as negociações possam vir a ser bem sucedidas, já que a posição de Kyiv é "muito firme": "A nossa posição é muito firme, não sei se a Rússia vai aceitar", disse ele.
Se as negociações falharem, o assessor da Presidência antecipa que a Rússia procurará reunir mais forças para prosseguir os ataques locais e lançar uma nova ofensiva "lá para o final de agosto", prevendo que esta tentativa também está condenada ao fracasso, podendo seguir-se uma outra "em outubro".
"Tudo dependerá de como as sanções vão funcionar, se haverá mais e como a ajuda ocidental vai continuar a chegar à Ucrânia", considerou, alertando: "Isto pode continuar até ao Ano Novo".
Ainda assim, Oleksiy Arestovich sublinha que já não se tratará de uma fase ativa de guerra, mas de batalhas por posições específicas na linha de frente.
Arestovich descartou que as hostilidades se possam estender a outros países europeus porque, na sua opinião, a Rússia não tem capacidade para o fazer.
Questionado sobre os objetivos atuais de Kiev, o assessor presidencial disse que, "no mínimo, há que expulsar [os russos] para as posições de 23 de fevereiro", que ocupavam antes da guerra.
Ao mesmo tempo, assegurou que o Governo ucraniano pretende resolver o futuro dos territórios de Donbass e da Crimeia através de meios políticos e diplomáticos.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,16 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Leia Também: Zelensky fala de esperança no domingo de Páscoa dos ortodoxos