"O resultado da política do Ocidente e do regime de Kiev sob o seu controlo só pode ser a desintegração da Ucrânia em vários Estados", disse Patrushev ao diário Rossiskaya Gazeta.
O responsável russo sublinhou que "os cenários trágicos das crises mundiais, tanto nos últimos anos como atualmente, são provocados por Washington".
Patrushev defendeu os planos de "desmilitarização" da Ucrânia durante a "operação militar especial" russa com o argumento de que o rearmamento do país vizinho "representa uma ameaça para a Rússia", inclusive do ponto de vista do "desenvolvimento e uso de armas nucleares, químicas e biológicas".
"Numa tentativa de esmagar a Rússia, os norte-americanos, utilizando os seus protegidos em Kiev, decidiram criar uma antítese ao nosso país, escolhendo cinicamente para tal a Ucrânia, tentando dividir um povo, na essência, único", sustentou.
E insistiu que "atualmente, a única coisa que une os povos que vivem na Ucrânia é o medo perante as barbaridades dos batalhões nacionalistas".
Na semana passada, o exército russo reconheceu pela primeira vez que tenciona não só "libertar" o Donbass, como abrir um corredor terrestre até à anexada península da Crimeia e também aceder à região separatista moldava da Transnístria, de maioria russófona.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5,2 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que a classificou como a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 62.º dia, já matou mais de 2.500 civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito mais elevado.
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