Numa declaração divulgada na internet, na terça-feira à noite, Volodymyr Zelensky afirmou que 156 civis foram retirados e já chegaram a Zaporijia, cidade sob controlo da Ucrânia, a 230 quilómetros a noroeste de Mariupol.
Zelensky agradeceu o esforço de todos os que participaram na operação e garantiu que continua a ser feito "tudo o que é possível para retirar civis de Mariupol e Azovstal".
"É difícil. Mas precisamos de todos os que ali estão: civis e militares", sublinhou o chefe de Estado.
Uma nova operação de retirada está prevista para hoje, "se a situação de segurança o permitir", disse na terça-feira a vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Verechtchuk.
Na terça-feira, as forças russas lançaram pela primeira vez um ataque com tanques e infantaria contra o complexo siderúrgico de Azovstal, último foco de resistência ucraniana em Mariupol, enquanto a UE prepara um embargo contra o petróleo russo.
Também a ONU anunciou, na terça-feira, que tinha conseguido retirar mais de uma centena de civis de Azovstal, onde permanecem ainda dezenas de pessoas presas nas galerias subterrâneas do enorme complexo.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, já pediu "mais intervalos humanitários", à semelhança do modelo adotado na retirada de civis de Azovstal, mas sem especificar localizações.
A UE prepara-se para lançar hoje uma revisão das novas sanções contra Moscovo, incluindo um embargo ao petróleo e aos produtos petrolíferos comprados à Rússia. Uma medida que levanta reservas entre alguns países da UE, que dependem fortemente do fornecimento russo, disseram à AFP vários funcionários e diplomatas europeus.
A Comissão Europeia propõe uma paragem gradual nas compras, durante um período de seis a oito meses, até ao final de 2022, com isenção para a Hungria e a Eslováquia, países sem litoral e dependentes das entregas russas através do oleoduto de Druzhba.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Leia Também: Zelensky critica Lavrov por culpar os judeus de crimes nazis