Desflorestação na Amazónia brasileira bate recorde em abril

Os alertas de desflorestação na Amazónia brasileira atingiram novo recorde mensal em abril, com mais de 1.000 quilómetros quadrados de floresta derrubados, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

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Lusa
06/05/2022 15:44 ‧ 06/05/2022 por Lusa

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Entre 1 e 29 de abril o órgão ligado ao Governo brasileiro registou 1.013 quilómetros quadrados de alertas de desflorestação na Amazónia, o que representa um salto de 74,6% face ao mesmo mês do ano passado e o maior nível para um mês de abril nunca visto desde o início do histórico da série, em 2016.

O número equivale a 1.389 campos de futebol destruídos no período, segundo cálculos da organização ambientalista Greenpeace Brasil.

Somente entre janeiro e abril, foram emitidos alertas de desflorestação para 1.954 quilómetros quadrados da maior floresta tropical do mundo, que corresponde a cerca de 60% do território brasileiro, com recordes em três dos quatro primeiros meses do ano.

Organizações ambientais manifestaram preocupação com o aumento alarmante em abril, considerado o último mês do inverno amazónico, época mais chuvosa que costuma registar menores índices de destruição na região.

Também responsabilizam o Governo do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que aspira à reeleição este ano, que defende a exploração dos recursos naturais do ecossistema, inclusive em reservas indígenas, e tem flexibilizado a legislação ambiental desde que chegou ao poder em 2019.

"A fragilidade dos órgãos de fiscalização ambiental não é por acaso, é um projeto perverso cujo principal resultado é a prescrição de crimes ambientais sem que os criminosos sejam punidos", denunciou, em nota, o coordenador da Amazónia da Greenpeace Brasil, André Freitas.

A organização alertou que a situação tende a se agravar caso alguns dos projetos que tramitam no Congresso brasileiro sejam aprovados, pois buscam flexibilizar ainda mais a legislação ambiental ou legalizar a mineração em terras indígenas.

Segundo dados oficiais, entre agosto de 2020 e julho de 2021, a Amazónia brasileira perdeu 13.235 quilómetros quadrados de vegetação, a maior área degradada em 12 meses registada nos últimos 15 anos.

A desflorestação, causada principalmente pela mineração ilegal e comércio ilegal de madeira, é uma das principais causas dos incêndios que consumiram parte da vegetação daquele bioma nos últimos anos, cujas imagens circularam pelo mundo há dois anos.

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