Denis Pushilin carregou, juntamente com militares e alguns cidadãos, uma grande bandeira nas cores a preto e laranja da fita de São Jorge, um símbolo militar amplamente reconhecido na Rússia, e gritando "hurrah!", como se pode ver num vídeo publicado pelo canal independente bielorrusso Nexta Live.
Falando a partir de Mariupol, captado pela agência oficial russa TASS, o líder pró-russo de Donetsk, vestido com um casaco cinzento com a letra "Z", símbolo da campanha militar russa na Ucrânia, disse que "a Rússia está aqui [nesta cidade] para sempre".
"A Rússia está aqui para sempre, e finalmente a cidade está em casa. É agora território da República Popular de Donetsk para sempre. Ninguém pode tirar-nos isso. Temos força, temos oportunidades, temos o apoio do maior e mais bonito país: a Rússia", disse aos residentes de Mariupol.
Segundo Pushilin, agora a auto-proclamada República de Donetsk, território ucraniano mas reconhecida como independente pelo Presidente russo, Vladimir Putin, poucos dias antes de lançar a sua campanha militar na Ucrânia, enfrenta a tarefa de recuperar o controlo dos seus territórios, e decidirá então sobre o seu futuro.
"Assim que chegarmos às fronteiras constitucionais da República Popular de Donetsk, estas são as fronteiras da antiga região de Donetsk, tomaremos a próxima decisão. Mas as pessoas devem ter a sua palavra a dizer. Vamos chegar a isso. Só não nos adiantamos", afrimou.
"Agora a principal tarefa é libertar todas as nossas terras, começar a reconstruir cidades", declarou o líder independentista.
Em 21 de abril, a Rússia declarou como controlada pelas suas forças aquela cidade portuária sitiada, onde mais de 90% das infraestruturas foram destruídas pela ofensiva militar russa.
No entanto, há ainda um último reduto da resistência ucraniana com um número indeterminado de defensores entrincheirados na siderúrgica Azovstal.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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