A Bielorrússia, país que foi palco de exercícios militares com tropas russas, antes e durante a invasão na Ucrânia, anunciou que vai mobilizar mais forças especiais na fronteira com o país.
Num comunicado citado pela Reuters, o chefe das forças armadas bielorrussas, Viktor Gulevich, criticou os Estados Unidos e a NATO por "continuarem a aumentar a sua presença militar nas fronteiras da República da Bielorrússia", nomeadamente na Polónia, Lituânia e Letónia.
O presidente do país, Aleksandr Lukashenko, tem sido o maior aliado de Vladimir Putin na invasão à Ucrânia, disponibilizando o seu território para exercícios militares, cedendo passagem às tropas russas e oferecendo-se para acolher armas nucleares.
Viktor Gulevich também afirmou que o país ia realizar exercícios militares de defesa antiaérea e de artilharia na região mais a oeste do território. Lukashenko confirmou que os mísseis usados pela Bielorrússia são de fabrico russo.
Ao longo da guerra, várias agências internacionais alertaram que tropas bielorrussas também têm estado no terreno, especialmente no norte da Ucrânia, a combater dos lados dos russos.
Apesar desses relatos, e das críticas da oposição democrática, Lukashenko negou sempre publicamente que a Bielorrússia participa ativamente na invasão.
Lukashenko, cuja eleição em 2020 foi envolta em acusações de falsificação de votos e fraude eleitoral por observadores internacionais, e cuja opressão cívica obrigou uma grande parte da oposição a exilar-se, acrescentou ainda que o seu regime é "realista" e "compreende que não consegue derrotar a NATO", mas deixou claro que pode "causar estragos nos territórios" de onde for atacado.
A Bielorrússia faz fronteira com três países da NATO - a Polónia, a oeste, a Lituânia a noroeste e a Letónia a norte -, além de fazer fronteira com o norte da Ucrânia.
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