Sancionar os dignitários da igreja "afetaria a liberdade de religião das comunidades húngaras, algo que é sagrado e inviolável", disse um porta-voz do primeiro-ministro, citado pela agência de notícias oficial MTI.
Orbán reuniu-se hoje em Budapeste com Inácio Ephrem II, o patriarca da Igreja ortodoxa síria, um dos líderes religiosos que têm apelado à UE para não sancionar Kirill, patriarca da Igreja ortodoxa russa.
O chefe da Igreja ortodoxa da Rússia está listado na nova proposta de sanções da Comissão Europeia contra Moscovo devido à invasão da Ucrânia.
Segundo a agência MTI, o patriarca sírio disse que incluir um líder da igreja na lista de sanções "criaria um precedente que confundiria milhões de crentes".
O Governo de Orbán também não apoia as sanções europeias ao petróleo russo, uma vez que causaria problemas à economia húngara.
A Hungria importa da Rússia 65% do petróleo que consome e 85% do gás que utiliza.
A CE propôs na passada quarta-feira a redução das importações de petróleo russo até ao final do ano, embora vários países, como a Hungria e a Eslováquia, tenham até ao final de 2023, uma extensão que esses países pedem que se alargada até pelo menos três anos.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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