A Suécia enviará diplomatas para a Turquia, numa tentativa de ultrapassar a oposição de Ankara no que toca a adesão do país à NATO. O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa sueco, Peter Hultqvist, num momento em que a nação colocará em debate a entrega do pedido de adesão à aliança transatlântica, esta segunda-feira.
“Enviaremos um grupo de diplomatas para dialogar com a Turquia, de modo a vermos como é que podemos resolver esta questão”, disse o responsável em declarações ao canal estatal SVT, citado pela Reuters.
Em causa estão as afirmações de Recep Tayyip Erdogan, presidente turco, que referiu que os países nórdicos são "lugar de muitas organizações terroristas".
A entrada de um novo Estado-membro na NATO requer unanimidade, o que significa que a Turquia poderá bloquear a adesão dos dois países escandinavos, cuja candidatura deverá ser formalizada nos próximos dias.
Contudo, o porta-voz do presidente turco, Ibrahim Kalin, garantiu que a Turquia "não fecha a porta" à entrada destes dois países nórdicos na Aliança Atlântica.
Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu, mostrou-se conciliador em relação à Finlândia, mas criticou a Suécia por fazer declarações "provocativas", durante as discussões sobre a adesão dos dois países à NATO, em Berlim.
Recorde-se ainda que a Finlândia anunciou no domingo pretender aderir à NATO, alargando, assim, a aliança militar ocidental, que conta com 30 membros, numa resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia. A Suécia deverá seguir-lhe os passos nos próximos dias.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar na Ucrânia já matou mais de três mil civis, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), que alertam para a probabilidade de o número real ser muito maior.
O conflito causou ainda a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de seis milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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