Cabo Verde vacinou 96% das meninas com 10 anos contra o HPV
Cabo Verde vacinou 96% das meninas com 10 anos contra o vírus do papiloma humano (HPV), anunciou o ministro da Saúde, ao intervir na 75.ª Assembleia Mundial da Saúde, que decorre em Genebra desde domingo.
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Mundo HPV
"Orgulhamo-nos também em dizer, que embora fustigados pela pandemia, o programa nacional de vacinas de rotina manteve as altas taxas de cobertura vacinal e conseguimos introduzir no nosso programa a vacina contra o HPV. 96% das nossas meninas com 10 anos estão hoje vacinadas contra o papilomavírus humano", afirmou Arlindo do Rosário.
Naquela que é a primeira Assembleia Mundial da Saúde presencial desde o início da pandemia de covid-19, que permitiu reconduzir Tedros Ghebreyesus como diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) por mais cinco anos, o ministro da Saúde de Cabo Verde destacou que apesar das consequências da pandemia, o arquipélago continuou "a reforçar" a rede de atenção primária, "implementando programas de rastreio para as doenças oncológicas, reforçando o diagnóstico e seguimento de doenças crónicas não transmissíveis e a atenção à saúde em todo o ciclo de vida".
Os HPV, transmitidos por contacto sexual, são responsáveis por 70% dos casos de cancro do colo do útero registados em todo o mundo, tendo o Governo cabo-verdiano iniciado a vacinação das meninas nascidas em 2011 em agosto do ano passado. O objetivo da primeira fase passava por vacinar cerca de 4.900 meninas em todo o país, prevendo o alargamento posterior da faixa etária, para chegar até aos 13 anos, num programa suportado pelo Orçamento do Estado.
Na mesma intervenção, na Suíça, Arlindo do Rosário destacou os resultados da campanha de vacinação contra a covid-19 no país, com quase 98% dos adultos já vacinados com pelo menos uma dose e mais de 84% com as duas doses. Além disso, 21% dos adultos já receberam a dose de reforço e 85% dos adolescentes, com 12 a 17 anos, já receberam a primeira dose e 70% têm a vacinação completa.
"Pelo que aproveito esta oportunidade para, em nome do Governo e do povo cabo-verdiano, agradecer profundamente à OMS e a todos os parceiros nacionais e internacionais cuja intervenção permitiu que Cabo Verde seja, hoje, visto como um caso de sucesso na gestão desta crise sanitária mundial", disse.
Cabo Verde registou 56.172 casos de covid-19 desde o início da pandemia, em março de 2020, que provocaram 401 óbitos por complicações associadas à doença, o último dos quais em 22 de fevereiro, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados no domingo.
"A capacidade de organização e resiliência interna, aliada a uma cooperação internacional que muito nos orgulha, possibilitou ao Governo de Cabo Verde envolver parceiros bilaterais e multilaterais para adquirir vacinas e apoiar nas campanhas de vacinação, que resultaram na disponibilização ininterrupta de vacinas e consumíveis aos quatro cantos das nossas nove ilhas habitadas", acrescentou Arlindo do Rosário.
O governante recordou que Cabo Verde, como um "dos proponentes", aguarda a materialização da criação de um Fundo Fiduciário Voluntário de Saúde para os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, na sigla em inglês), que têm sido fortemente afetados pelos impactos económicos da pandemia de covid-19, que no arquipélago provocou uma recessão histórica de 14,8% do PIB em 2020.
Ainda no âmbito desta reunião magna anual, Ludmila Varela, jogadora da seleção nacional cabo-verdiana de voleibol e embaixadora do programa "Mexi Mexê", foi distinguida pelo diretor-geral da OMS como uma das vencedoras dos Prémios de Líderes Globais em Saúde, "pelo seu trabalho na promoção de estilos de vida saudáveis durante a pandemia de covid-19".
Recordou que é também ativista juvenil no desporto pela saúde e pelo ambiente, e que realiza sessões semanais de treino para jovens na cidade da Praia.
"Tem estado envolvida no Programa Nacional de Educação Física para facilitar o acesso ao desporto para todos, o que proporciona uma alternativa saudável aos comportamentos de risco entre os jovens, e para enfrentar a crescente ameaça das doenças não transmissíveis", destacou, no domingo, Tedros Ghebreyesus, antes de entregar o prémio ao ministro da Saúde, na ausência da atleta.
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