A polícia do Rio de Janeiro invadiu a favela Vila Cruzeiro na madrugada desta terça-feira. Segundo autoridades da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, 28 pessoas foram encaminhadas para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, sendo que 22 já chegaram sem vida.
O objetivo da operação, segundo as autoridades, foi o de tentar desmantelar o Comando Vermelho, uma fação "com uma ideologia de guerra" e que é "responsável por mais de 80% dos confrontos armados" no Estado do Rio de Janeiro.
Vila Cruzeiro foi uma das favelas do Rio ocupadas no final de 2010 pelo exército brasileiro numa grande operação para expulsar o tráfico de droga, mas os grupos têm vindo gradualmente a recuperar o controlo da região.
Durante a operação, que envolveu veículos blindados, foi apreendido um "arsenal de guerra", incluindo pistolas, 10 granadas e pelo menos 13 espingardas da China e da Europa de Leste que chegaram ao Brasil através do tráfico internacional de armas, bem como carros e motas.
Do lado de fora do o Hospital Estadual Getúlio Vargas podia ver-se moradores da Vila Cruzeiro que choravam a perda de familiares e amigos enquanto outros protestavam.
Os promotores públicos do estado do Rio de Janeiro disseram entretanto, num comunicado, citado pela agência AP, que já abriram uma investigação criminal e deram 10 dias para a polícia militar fornecer detalhes sobre esta operação. Neste relatório devem ser indicados quais foram os funcionários foram responsáveis por cada morte e a justificação para o uso da força letal nesta situação.
A operação foi realizada em conjunto pela Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal e foi a terceira operação mais letal da cidade. Ficou apenas atrás da realizada na favela do Jacarezinho, em maio de 2021, onde morreram 28 pessoas e na Vila Operária, Duque de Caxias, em janeiro de 1998, onde ficaram sem vida 23 pessoas, segundo um estudo apresentado na Folha de São Paulo.
Veja na galeria acima o que se seguiu a esta operação policial e o caos vivido perto do Hospital Estadual Getúlio Vargas, para onde as vítimas foram levadas.
Atenção! Algumas das imagens desta galeria podem impressionar os leitores mais sensíveis.
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