Conselho de Administração da Petrobras atrasa planos de Bolsonaro
Nome escolhido para assumir a presidência da petrolífera não deverá ser aprovado tão depressa como esperado.
© Andressa Anholete/Getty Images
Mundo Brasil
O Conselho de Administração da Petrobras atrasou os planos do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, cujo governo decidiu demitir o presidente da petrolífera, José Mauro Ferreira Coelho, após 40 dias no cargo.
Segundo o site G1, que destaca a “derrota” de Bolsonaro, o Conselho de Administração da empresa estatal decidiu atrasar a troca que foi anunciada pelo governo, que nomeou Caio Mário Paes de Andrade para o cargo.
Segundo explica o site brasileiro, o nome de Caio Andrade será submetido a um processo interno e terá assim de seguir para o Comité de Pessoas da Petrobras antes que seja convocada a assembleia geral de acionistas, que irá aprovar o seu nome para a presidência da empresa. Note-se que o governo do Brasil é o acionista maioritário da petrolífera.
Além disso, o Conselho de Administração pediu ainda ao governo que envie o nome das oito pessoas indicadas como os novos conselheiros da empresa, que terão de passar por uma eleição numa assembleia geral extraordinária que só será convocada quando chegarem esses currículos, que terão de ser aprovados. Desde a convocação à data será preciso aguardar, pelo menos, 30 dias.
Desta forma, nota o G1, José Coelho mantém-se no cargo até que a troca seja confirmada pelo acionistas, o que significa que o novo presidente não deverá ter condições para assumir o cargo antes de julho.
É de realçar que também os dois anteriores presidentes da Petrobras durante o governo de Bolsonaro tinham sido demitidos – Roberto Castello Branco e Joaquim Silva e Luna. As três demissões ocorreram devido ao progressivo aumento dos combustíveis. O G1 nota que as mudanças constantes definidas pelo governo de Bolsonaro são uma tentativa de conter o desgaste eleitoral que o Executivo tem sentido devido ao reajuste dos preços dos combustíveis.
Bolsonaro chegou a falar em “estupro” (violação) ao falar do lucro da empresa petrolífera, pressionando para que os preços não aumentassem.
Contudo, tal como destaca a imprensa brasileira, a empresa estatal está sujeita ao critério de paridade internacional, uma política adotada pelo governo de Michel Temer em 2016, o que leva os preços dos combustíveis a variar de acordo com a cotação do barril de petróleo no mercado internacional.
Em reação, Lula da Silva, antigo presidente do Brasil, chegou a dizer que Bolsonaro tem "o rabo preso" aos preços internacionais e desafiou o chefe de Estado brasileiro a ter “coragem” para mudar a política de preços da Petrobras, ao invés de fazer constantes demissões na empresa estatal.
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