Pequim afirma que discurso de Blinken visa conter a China

O Governo chinês afirmou hoje que o discurso feito pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que considerou a China o "risco atual mais grave para a ordem internacional", visa travar o desenvolvimento do país.

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Lusa
27/05/2022 10:36 ‧ 27/05/2022 por Lusa

Mundo

China

O objetivo de Blinken é "impedir e bloquear o desenvolvimento da China e manter a hegemonia e o poder dos Estados Unidos", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin.

O chefe da diplomacia norte-americana disse na quinta-feira que Washington vai permanecer focado na China como a ameaça mais séria à ordem internacional, apesar da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Num discurso proferido a partir de Washington, o secretário de Estado norte-americano afirmou que a China é o único país com intenção e capacidade de reformular a ordem internacional.

"A visão de Pequim afasta-nos dos valores universais que sustentaram grande parte do progresso do mundo nos últimos 75 anos", declarou.

Em conferência de imprensa, o porta-voz da diplomacia chinesa reagiu às declarações do representante norte-americano e acusou Blinken de "espalhar informações falsas, exagerar a ameaça chinesa, interferir nos assuntos internos da China e caluniar as suas políticas internas e externas".

"A China expressa forte insatisfação e firme oposição", acrescentou.

Na intervenção de quinta-feira, Blinken disse que o Governo norte-americano implementou uma estratégia abrangente, no ano passado, para combater a China, mas "que não quer um conflito ou uma nova Guerra Fria".

A estratégia dos Estados Unidos para a China assenta em três elementos: investir mais internamente para fortalecer a indústria e a economia; fortalecer o sistema de alianças; e competir de forma assertiva com a China, segundo explicou.

Blinken retratou a competição entre Washington e Pequim como uma batalha entre duas ideologias: democracia versus autoritarismo.

O discurso de Antony Blinken surge após a visita do Presidente norte-americano, Joe Biden, à Coreia do Sul e ao Japão, a sua primeira deslocação ao continente asiático desde que tomou posse em janeiro de 2021.

A viagem de Biden pretendeu reafirmar as ambições norte-americanas nesta zona geográfica e reforçar alianças para conter as ambições da China.

A visita incluiu uma cimeira entre os líderes do Quad -- uma aliança informal de segurança composta pelos Estados Unidos, Japão, Austrália e Índia.

Durante a visita a Tóquio, Biden admitiu que os Estados Unidos defenderiam militarmente Taiwan em caso de uma agressão por parte de Pequim.

Leia Também: EUA esperam colaboração futura em segurança e transparência com Angola

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