"Esta marcha pode causar problemas de ordem pública", explicou o Ministério da Segurança, que alertou que aqueles que se juntam às mobilizações estão expostos a sanções previstas na lei, segundo o portal de notícias chadiano Tchad Infos.
No entanto, o porta-voz da Wakit Tama, Soumaine Adoum, sublinhou que a convocação se mantém apesar da decisão das autoridades e reconheceu que a detenção em 14 de maio dos seus principais líderes é um retrocesso para a coligação.
Adoum também enfatizou que as manifestações são a única maneira de enviar o gesto de protesto contra as políticas de Paris e criticou as autoridades por proibirem essas marchas, que terão o epicentro na capital do país, N'Djamena, conforme noticiou o portal de informação Alwihda.
A Wakit Tama solicitou ao Ministério da Segurança que os agentes destacados protejam os participantes na marcha e pediu "contenção" às forças de segurança.
A coligação reiterou que denuncia "as consequências da política da França no Chade, mas não a presença de franceses no país", entre críticas crescentes em alguns países da região ao envolvimento da França na luta contra o extremismo islâmico na região.
O Chade é liderado por um Conselho Militar de Transição (CMT) chefiado por Mahamat Idriss Déby, que assumiu o cargo após a morte em abril de 2021 do seu pai, o Presidente Idriss Déby, em combate com os rebeldes da Frente de Alternância e Concórdia no Chade (FACT).
O CMT nomeou em maio de 2021 um novo governo de transição no qual estão integrados alguns opositores e com Albert Pahimi Padacké como primeiro-ministro.
Déby sublinhou que não pretende permanecer no poder para sempre e prometeu trabalhar para a estabilização do país e a realização de eleições.
A morte do Presidente Déby - que estava no poder desde 1990, após liderar um golpe que derrubou o ditador Hissène Habré -- em plena ofensiva da FACT foi um duro golpe para a estabilidade do país e da região, devido à importância do território na luta contra o terrorismo internacional no Sahel e na bacia do lago Chade.
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