Papa Francisco pede o fim da guerra na Ucrânia e a reconciliação do mundo

O papa Francisco pediu hoje o fim das guerras no mundo, em concreto na Ucrânia, e a reconciliação dos "corações cheios de violência e vingança", durante a recitação do rosário em Roma, onde surgiu novamente numa cadeira de rodas.

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Lusa
31/05/2022 22:29 ‧ 31/05/2022 por Lusa

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"Esta tarde, no final do mês consagrado a você, estamos aqui novamente diante de você, rainha da paz, para implorar que conceda o grande dom da paz, para acabar logo com a guerra que já dura décadas em várias partes do mundo e que agora também invadiu o continente europeu", pediu o papa na abertura do ato que decorreu na basílica romana de Santa Maria Maggiore.

O sumo pontífice, que compareceu em cadeira de rodas devido a um problema no joelho, referiu, diante da estátua da Virgem Maria, a quem Bento XV pediu em 1918 o fim da Primeira Guerra Mundial, que a paz "não pode ser resultado de negociações isoladas nem consequência apenas de acordos políticos", mas que também é "um dom" do Espírito Santo.

"Estamos certos de que com as armas da oração, do jejum e da esmola e com a ajuda da sua graça, os corações dos homens e do mundo inteiro podem ser transformados. Hoje dirigimos os nossos corações a você, rainha da paz, interceda por nós diante de seu Filho, reconcilie os corações cheios de violência e vingança, redirecione os pensamentos cegos pelo desejo de enriquecimento frágil e que a paz perdure em toda a terra", concluiu.

Mais tarde, o rosário foi rezado naquele templo, uma das quatro basílicas papais da capital italiana, juntamente com a de São Pedro do Vaticano, São Paulo Fora dos Muros e São João de Latrão, e desde o século XVII ligado à Casa Real Espanhola .

Entre os fiéis que rezaram o terço, de diferentes realidades e nacionalidades, esteve presente Oksana Boyko, voluntária ucraniana da Igreja Santa Sofia, a igreja ucraniana em Roma, onde ajuda refugiados do seu país que fogem do conflito.

O embaixador ucraniano na Santa Sé, Andrii Yurash, também esteve presente.

Após a recitação do rosário, alguns fiéis depositaram papéis com as suas intenções de oração ao pé da escultura da Virgem Maria, obra de Guido Galli.

O papa Francisco não pediu paz à Virgem, mas escreveu em italiano: "Mãe, por favor, peço-lhe a santidade do clero".

No final da cerimónia, que segundo a Santa Sé contou com cerca de 900 pessoas, o papa deixou o templo em cadeira de rodas pela rampa para pessoas com problemas de mobilidade, empurrado por um assistente.

A recitação do rosário também foi acompanhada remotamente desde outros santuários do planeta, como a Mãe de Deus (Zarvanytsia) na Ucrânia, a Catedral de Nossa Senhora da Salvação no Iraque, Nossa Senhora da Paz na Síria e Maria Rainha da Arábia no Bahrein.

A Rússia lançou, em 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,8 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: AO MINUTO: AR aprova deslocação a parlamento de Kyiv; Macron avisa Rússia

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